Quem frequenta habitualmente o “ParCão” na Praça do 28, em Apucarana (PR), notou a ausência de uma figura ilustre no local, o golden retriever Buck, que morreu aos 8 anos, após uma luta contra o câncer. Buck ficou conhecido na cidade, sobretudo, pela inteligência e independência. Além do "ParCão", ele acompanhava seu tutor nas idas ao banco, ao mercado, lotérica, igreja e até no trabalho, onde atuava como AUssistente.
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De acordo com Thamires Martinho Prados, o cão era observador e aprendia com facilidade, tanto que passeava sozinho sem a necessidade do uso de guia. “Querendo ou não, o golden é uma raça que chama muita atenção. E as pessoas ficavam impressionadas por ele andar sem guia. Ele pegava a própria guia na boca, como se falasse ‘pode deixar que eu sei passear sozinho’. Ele ia parando e olhando para trás para ver se estava tudo certo com a gente. Todo mundo ficava muito admirado com a inteligência dele”, conta Thamires, filha do tutor do golden.

Buck foi adotado pela família em 2016, após um processo de escolha que envolveu Thamires e sua irmã. Elas estavam procurando por um cachorro para alegrar a família e encontraram uma criadora em Cambé que tinha filhotes de golden retriever. A mãe das meninas se apaixonou pelos cachorrinhos e decidiu comprar um deles. “No começo, meu pai disse que não queria mais cachorro, porque foi sofrido ter perdido nossa poodle".
No dia de escolher o filhote, Buck foi o único que chorou ao ser devolvido à gaiola após ser segurado pelas meninas, o que foi visto como um sinal de que ele havia escolhido sua família.
“Chegando em casa, meu pai não queria nem ao menos saber dele. Mas Buck escolheu meu pai como dono, porque assim que o colocamos no chão, ele começou a correr atrás do meu pai por toda a casa. E como não amar aquela bolinha de pelo? No mesmo dia o Buck já estava no colo do meu pai”, recorda.

Naquela época, o pai de Thamires, Marcos Antônio Navarro Prados, ainda não estava familiarizado com a raça, e pensava que Buck não cresceria muito. No entanto, o cão se tornou bem maior do que ele imaginava.
Foi durante um passeio no entorno do Lago Jaboti que Marcos encontrou outro dono de um golden retriever e ficou impressionado com o porte da raça.
“Depois desse encontro, meu pai perguntou se o Buck ficaria daquele tamanho e eu disse que não, pois aquele era um golden e o Buck é um golden retriever", brincou Thamires, na tentativa de não "assustar” seu pai sobre o porte do animal.
“Todos nós fomos nos apaixonando por aquele serzinho que parecia um ursinho. Meu pai depois percebeu que golden e golden retriever era o mesmo (risos). Mas o Buck já estava crescendo e, querendo ou não, despertou um interesse e tanto no meu pai sobre a raça”, recorda.
O cerealista passou a pesquisar cada vez mais pela raça e começou a treinar seu cão diariamente para passear sem guia. “Meu pai treinava ele sozinho. Eu e a minha irmã ficávamos mais com a parte de sentar, dar patinha e rolar. Cada um ia ensinando uma coisinha”, conta.
Cada vez mais adestrado, Buck também chamava a atenção dos banhistas, quando a família viajava para a praia, pois aprendeu até pular ondas. “Ele era famoso aqui e na praia porque muita gente o admirava”, destaca.
O interesse fez Thamires criar um grupo e tutores de Golden no Whatsapp para troca de dicas e informações sobre a raça. “Quando o Buck faleceu a gente ficou sabendo que ele foi inspiração para muitas famílias que viram ele passeando na rua com meu pai”, conta.
Buck também inspirou a criação do ParCão, ideia encaminhada por seu tutor à antiga gestão da prefeitura municipal. “O ParCão existe de tanta insistência do meu pai em ter um lugar adequado para os cachorros”, assinala.

FAMOSO NO INSTAGRAM
O golden era famoso não apenas por sua presença no "ParCão" e estabelecimentos da cidade, mas também por seu perfil no Instagram, que tem milhares de seguidores. A família do cachorro compartilhava fotos e vídeos dele nas redes sociais, mostrando sua personalidade carinhosa e brincalhona.
Buck deixa nove filhos e um legado de alegria e companheirismo para a família e os amigos que o conheceram. “Ele foi muito especial em nossas vidas, sempre terá espaço no nossos corações. Ele ensinou o que é o amor incondicional. Não considero uma perda, e sim um ganho enorme em tê-lo em nossas vidas. Por ter escolhido a gente para compartilhar a rotina”, ressalta, emocionada.
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