O Ministério da Saúde investiga uma morte suspeita por febre do Oropouche ocorrida em Apucarana, no Norte do Paraná. Segundo o secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde, Rivaldo Venâncio, embora o óbito tenha sido notificado em solo paranaense, trabalha-se com a hipótese de que o local provável da infecção seja o estado de Santa Catarina. Caso confirmado o caso, a morte do apucaranense seria a primeira do mundo relatada pela ciência.
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O paciente, de 57 anos, morreu em 15 de abril. O diagnóstico foi confirmado pela Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana (AMS), após “teste sentinela” junto ao Laboratório Central do Estado (Lacen), que é periodicamente utilizado em amostragens de sangue de pacientes.
No fim de julho, o Ministério da Saúde confirmou duas mortes pela doença no interior da Bahia. Até então, não havia relato na literatura científica mundial sobre óbitos por Oropouche, transmitida pela picada do mosquito-pólvora (ou mosquito maruim). As duas vítimas eram mulheres, tinham menos de 30 anos e não registravam comorbidades. Ambas apresentaram sinais e sintomas semelhantes ao quadro de dengue grave.
“Tivemos, a partir de 2023, uma novidade: a expansão da circulação do vírus Oropouche para outras áreas do Brasil além da região amazônica, onde, tradicionalmente, desde a década de 1960, a doença era restrita”, destacou o secretário adjunto nesta quinta-feira (29), durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite, em Brasília.
O apucaranense era representante comercial autônomo e viajava com frequência para o estado de Santa Catarina.
Os sintomas da febre oropouche são semelhantes aos da dengue, incluindo dor de cabeça intensa, dor muscular e náusea. Nove municípios do Paraná registraram casos da febre oropouche: Curitiba, Lupionópolis, São José dos Pinhais, Cascavel, Apucarana, União da Vitória, Altônia e Adrianópolis. Segundo o secretário estadual da Saúde, César Neves, as infecções provavelmente ocorreram em Santa Catarina, Acre, Rondônia e Amazonas.
Diagnóstico laboratorial
“A partir de observações iniciais em 2023, foram produzidos insumos para o diagnóstico laboratorial, distribuídos em larga escala para os estados brasileiros, para laboratórios centrais de saúde pública. A partir do insumo disponível, que nós não tínhamos nessa escala até 2023, começamos a observar uma realidade um pouco preocupante em relação ao Oropouche,” explicou.
Rivaldo lembrou, a seguir, que, apesar de se tratar de uma arbovirose, a febre do Oropouche é transmitida sumariamente pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Por causa da predileção do mosquito por materiais orgânicos, a recomendação é manter quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico doméstico.
O Amazonas lidera o ranking de casos de Oropouche no Brasil, com 3.230 infecções. Em seguida, estão Rondônia (1.710), Bahia (886), Espírito Santo (444) e Roraima (261). Já os estados com menos registros são Paraíba e Mato Grosso do Sul, ambos com um caso. Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Paraná, Goiás e Distrito Federal ainda não contabilizam casos.
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