Mais uma família de Apucarana, no norte do Paraná, oferece recompensa a quem devolver ou dar informações que levem até o paradeiro de uma estátua furtada do Cemitério Cristo Rei. A escultura, feita de bronze, foi arrancada do jazigo onde estão sepultados os familiares da apucaranense Maria Elisa Pacheco Sacchelli, que soube do fato há aproximadamente uma semana, por meio da responsável pela limpeza do túmulo. Na semana passada inclusive a Autarquia dos Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa) confirmou que os dois principais cemitérios municipais da cidade foram alvo de pelo menos seis furtos imagens de bronze. A família Sacchelli está disposta a dar uma recompensa em dinheiro se obter a peça de volta.
Além de uma perda para a família por conta do valor sentimental, a estátua também era uma verdadeira obra de arte e ponto de referência aos visitantes do cemitério que, por muitas vezes, paravam para olhar a imagem, bastante marcante pela forte carga dramática. A escultura emblemática - que reproduz a cena de Jesus Cristo carregando a cruz no caminho de sua crucificação - foi esculpida em São Paulo há aproximadamente 58 anos.
De acordo com Maria Elisa, a imagem foi feita para o túmulo de sua avó, Elisa Bushini Silvério. A notícia do furto despertou tamanha tristeza e também indignação diante da falta de respeito com o local que é definido por ela como "campo-santo".
"Tinha apenas três anos quando minha avó faleceu. No túmulo também estão sepultados meu avó, Diniz Joaquim Silvério, que veio de Portugal e ajudou a fundar Apucarana, meus pais e tios. Muita tristeza, ali estão as pessoas queridas que partiram. O cemitério é um campo-santo que as pessoas devem respeitar. Lá está a dor de muitas pessoas", comentou.
A apucaranense soube que outras peças semelhantes foram levadas dos principais cemitérios da cidade e ressaltou a importância de reforçar a segurança desses locais, uma vez que também guardam parte da história do município. "Essas peças levadas fazem parte da história de Apucarana. São os túmulos mais antigos da cidade que eram verdadeiras obras de arte. E não estou indignada pelo valor monetário, mas sim pelo, valor sentimental. Acho que deveria reforçar a segurança com câmeras e vigilantes", destacou.
SEGUNDO CASO
A família Campoy de Apucarana, também oferece uma recompensa para quem devolver ou encontrar uma estátua de Cristo de bronze também levada do Cemitério Cristo Rei. A estátua foi feita por um escultor de São Paulo e já estava no túmulo da família há 50 anos.
"Está semana recebi a notícia que o Cristo havia sido roubado, juntamente com diversas estátuas de outros túmulos, de tantas outras famílias. Os bandidos fizeram um verdadeiro arrastão levando peças de até 150 quilos. A sensação é horrível, saber que o túmulo de minha família foi furtado, que nosso símbolo de proteção e fé não está mais ali", disse o jornalista Curisco Campoy.
PREFEITURA VAI REFORÇAR SEGURANÇA
Diante da onda de furtos o prefeito, Junior da Femac, determinou a ampliação da segurança nos cemitérios. “A vigilância será intensificada, principalmente à noite e madrugada, que são os períodos onde os furtos acontecem. A Guarda Civil Municipal também vai promover rondas com maior constância nestes horários para inibir novas ações”, disse o prefeito Júnior da Femac, salientando que o furto em cemitérios é um problema enfrentado por todos os municípios do Brasil. “Infelizmente, é um crime que ainda ocorre pois há receptadores. Todas as ocorrências de Apucarana estão sendo investigadas pela Polícia Civil que, na madrugada desta quarta-feira, já recuperou algumas esculturas. A Polícia Militar também está atuando nestes casos e logo teremos conhecimento da face destes bandidos”, pontuou o prefeito de Apucarana.
Por, Cindy Santos, jornalista do Grupo Tribuna do Norte.
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