Mais de 60% dos professores da rede estadual de ensino de Apucarana (PR), aderiram à greve da categoria, iniciada nesta segunda-feira (3), segundo a APP-Sindicato. A paralisação é uma manifestação contra o projeto de lei que terceiriza a gestão administrativa de 200 colégios públicos do Estado.
A presidente da APP-Sindicato de Apucarana, Isabel Cristina de Oliveira Azevedo, afirma que o índice de alunos que foram às escolas é baixo. "Aqui em Apucarana muitos professores aderiram. Há escolas com pouquíssimos alunos e professores, podemos dizer que hoje mais de 60% aderiram sim, mesmo o NRE dizendo o contrário", afirma.
Segundo ela, há grande adesão no Colégio Estadual Nilo Cairo e Colégio Estadual Antônio dos Três Reis de Oliveira, que estão na lista das escolas que podem ser terceirizadas.
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Em contrapartida, o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Apucarana afirma que a maioria dos professores e alunos frequentaram as escolas nesta segunda. A informação da baixa adesão da greve é reforçada pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior que, em entrevista coletiva, afirmou que as aulas acontecem normalmente. Conforme Ratinho, os sindicalistas criaram “fake news” com relação ao projeto "Parceiros da Escola", que prevê a terceirização de 200 colégios estaduais.
A greve, em protesto ao programa Parceiro da Escola, foi suspensa pelo Tribunal de Justiça (TJ-PR) durante o feriado de Corpus Christi e a decisão prevê multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
A votação do projeto no plenário da Assembleia Legislativa aconteceria nesta segunda-feira (3). A sessão foi suspensa temporariamente após professores, servidores e alunos da rede estadual do Paraná entrarem na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, na tarde desta segunda-feira (3). Por conta da invasão, o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSD), suspendeu temporariamente a sessão.
IVAIPORÃ
Na região do NRE de Ivaiporã, a APP-Sindicato afirma que 70% dos professores estão em greve e 50% dos alunos não compareceram às aulas. O núcleo, por sua vez, afirmou por volta das 16 horas, 27,6% das escolas tiveram adesão total a greve, 48,3% tiveram adesão parcial e 24,1% não aderiram ao movimento grevista.
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PROGRAMA
O programa, segundo o Estado, tem como intuito otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas mediante uma parceria com empresas com expertise em gestão educacional. Elas serão responsáveis pelo gerenciamento administrativo das escolas selecionadas na rede e pela gestão de terceirizados (limpeza/segurança).
A APP-Sindicato, que representa os professores, tem uma posição diferente. A categoria entende que o projeto tira a autonomia dos docentes e representa a privatização da educação pública do Paraná.
Durante esta manhã, segundo a APP-Sindicato, caravanas de todas as regiões do estado, capital e região metropolitana lotaram a Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba. Além dos educadores, o ato contou com a presença de estudantes, movimentos sociais, além de lideranças políticas que, por volta das 10h, saíram em marcha rumo ao Centro Cívico.
O contingente estimado em cerca de 20 mil pessoas lotou mais de cinco quadras da Avenida Marechal Deodoro, segundo a entidade. Durante o trajeto, gritaram palavras de ordem em defesa da educação pública, criticaram o projeto do governador Ratinho Jr. e pediram a suspensão da votação da matéria.
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