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Crença popular

Lenda do Corpo Seco resiste ao tempo em Apucarana; veja o vídeo

História é repassada por moradores da região do Distrito do Pirapó e ganhou destaque até entre produtores de conteúdo na internet; saiba mais

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 31.10.2023, 09:59:54 Editado em 31.10.2023, 10:08:31
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A lenda do Corpo Seco é uma história popular no folclore brasileiro, mais conhecida nas regiões Sul e Sudeste, mas também encontrada em outras partes do país. De acordo com a tradição, o Corpo Seco é o espírito de uma pessoa que foi amaldiçoada por ter cometido um pecado imperdoável durante a vida. Veja reportagem em vídeo abaixo

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A história conta que este indivíduo cometeu atos tão terríveis que nem Deus nem o Diabo aceitaram sua alma após a morte. Até mesmo a Terra rejeitou seu corpo, expulsando-o do solo. O Corpo Seco é descrito como um cadáver ressequido, condenado a vagar pela Terra, aterrorizando as pessoas que cruzam seu caminho.

Em Apucarana (PR), a lenda tem origem na década de 1950 e está associada a uma pessoa que supostamente viveu na região. A crença popular resiste ao tempo e ainda integra o imaginário popular de moradores e curiosos.

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O cineasta apucaranense Semi Salomão é um estudioso no assunto. Ele já produziu diversos materiais a respeito do Corpo Seco após uma vasta pesquisa acerca do tema.

“A história do Corpo Seco se popularizou muito na região do Distrito do Pirapó. Dizem que sempre que pessoas estão passando pela região com alguma má intenção, o Corpo Seco surge e passa a golpear as pessoas com chibatadas. Você não vê quem está batendo, mas sente a dor”, relata.

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Muitas vezes, a lenda é associada a um pioneiro na região de Apucarana, que foi um produtor de café na década de 1950 muito conhecido. Segundo a lenda, quando o homem chegou à região, teria feito uma promessa para Nossa Senhora Aparecida. A promessa era de que, caso ele conquistasse uma fortuna e se tornasse rico, ele iria à pé de Apucarana até Aparecida do Norte como forma de agradecimento.

Acontece que, de fato, essa pessoa conseguiu ganhar muito dinheiro. Contudo, o homem não teria pagado a sua promessa. Em data incerta, na primeira metade da década de 1950, ele morreu vítima de um acidente de trânsito, próximo a onde atualmente se localiza um cemitério que fica em frente à entrada da Fazenda Ubatuba.

Algum tempo depois, justamente por conta da morte da trágica, começaram a surgir relatos na região a respeito de uma espécie de “alma penada” que assolava viajantes e transeuntes que passavam próximo ao cemitério da Fazenda Ubatuba. Os relatos contam sobre um homem que fica às margens da rodovia que liga o Distrito de Pirapó à Caixa de São Pedro pedindo carona para Aparecida (SP). Dizem que o homem sobe no veículo e, no meio da viagem, simplesmente desaparece.

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Além do Distrito do Pirapó, a crença tem bastante força entre os moradores mais antigos de Cambira, onde os relatos dessa história também são muito conhecidos.

PORTAIS MÍSTICOS

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Semi Salomão afirma que, não apenas o Corpo Seco, mas toda aquela região de Apucarana tem diversos portais místicos e presença de entidades além-vida. “Essa região, entre o Pirapó e a Caixa de São Pedro, é uma região de muitos fenômenos sobrenaturais. Inclusive eu já presenciei muitas coisas inexplicáveis por ali", relata.

Além do Corpo Seco, Semi Salomão lembra uma outra aparição bastante relatada por quem passa pela localidade: “Existe também o relato do caminhão misterioso, que sempre surge por volta da meia-noite e persegue pessoas mal-intencionadas que estão passando por ali”, conta.

Semi Salomão também conta que o cemitério é apenas o ponto mais famoso, mas que aquela localidade tem outros pontos importantes para o misticismo, como a chamada “Boca do Vulcão”.

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“Aquele local é um ponto muito importante para a conexão com outras dimensões, como, por exemplo, a Boca do Vulcão, que nunca deixa de jorrar água”, diz.

A Boca do Vulcão é uma abertura no solo onde brota água do lençol freático, em meio à lavoura, e chama atenção na Fazenda Colina. O local foi apelidado por moradores da região com este nome por conta de sua aparência.

O cemitério da Fazenda Ubatuba conta com algumas sepulturas ainda no local, mas não é aberto para a visitação. Na plataforma Google Maps, serviço de digital de geolocalização e mapeamento, o local está marcado como "Cemitério do Corpo Seco".

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							Lenda do Corpo Seco resiste ao tempo em Apucarana; veja o vídeo
Foto por Reprodução
Plataforma Google Maps marca o local como "Cemitério do Corpo Seco"

A reportagem do TNOnline esteve no local e constatou que, de fato, vestígios indicam que muitas pessoas passam pelo local, que é isolado por uma cerca e trancado com corrente e cadeado no portão.

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Um pouco abandonado atualmente, o cemitério é visitado frequentemente por curiosos, pessoas que fazem trabalhos espirituais ou apenas buscando diversão em meio aos mistérios e lendas que cercam o local.

Contudo, há sinais de que frequentemente as pessoas não respeitam os limites e pulam a cerca que protege o local, sendo possível ver restos alguns vestígios, como garrafas e embalagens entre as sepulturas. O cemitério ainda conta com aos menos cinco sepulturas, de uma família que viveu na região.

Durante o período em que a reportagem esteve no local, diversos veículos passaram pela estrada, mas ao abordar os motoristas, ninguém quis falar sobre o Corpo Seco, nem sobre o tão afamado cemitério.

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O TNOnline conversou com diversos moradores. Todos confirmam ouvir a história há anos. Como prova da força da crença, as pessoas abordadas temem abordar o assunto, com medo do Corpo Seco.

DESTAQUE NA INTERNET

O local é pauta frequente entre os criadores de conteúdo digital do Brasil todo, principalmente em plataformas como o YouTube e o TikTok, onde é possível assistir diversos vídeos gravados no cemitério por diversos ângulos e até mesmo em seu interior.

Além dos produtores de conteúdo, o tema também é abordado em artigos científicos, que procuram compreender esse tipo de relato popular. Essa proliferação de conteúdos mostra a força que a história do Corpo Seco mantém no imaginário, perpetuando-se entre as novas gerações.

Veja reportagem em vídeo

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Por Louan Brasileiro

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