O Lar Sagrada Família, que acolhe crianças em situação de vulnerabilidade social de Apucarana e região está desenvolvendo um projeto para se transformar numa espécie de condomínio de casas lares, um modelo considerado mais humanizado de atendimento das crianças. Pelo modelo de casa lar, as crianças são atendidas numa realidade mais próxima a de uma família.
A primeira casa lar do condomínio está funcionando há pouco mais de um mês. É uma casa de 200 metros quadrados, toda em alvenaria, onde uma mãe social atende as crianças no dia a dia. Cada casa lar pode atender até 10 crianças.
O presidente do Lar Sagrada Família, Maurício Rawski de Paula explica que originalmente, o lar operava como um abrigo institucional. Embora nesse modelo as crianças tenham todo o atendimento necessário, elas são atendidas por duplas de cuidadoras, que trabalham em turnos de 12 horas por 36 horas.
“Embora ocorra um vínculo interessante entre as crianças e as cuidadoras, não é a mesma coisa de um ambiente familiar, melhor reproduzido no modelo de casa lar”, explica ele, justificando o fato de a instituição estar migrando, nesse projeto, de abrigo institucional para casa lar.
O Lar Sagrada Família, que funciona numa área própria, no Jardim Aeroporto, em Apucarana, tem hoje capacidade de atender a 30 crianças, de zero a 12 anos. E está cheio. São 20 crianças no abrigo e outras 10 na primeira casa lar. Pelo projeto, a instituição quer construir mais 5 casas lares e planeja ver a segunda delas pronta ainda neste ano. A primeira das casas custou pouco mais de R$ 400 mil.
As obras da segunda casa devem começar apenas dentro de uns quatro meses. Ela vai ser erguida onde atualmente funciona o escritório da entidade. O novo escritório já está em obras e deve ficar pronto em aproximadamente 3 meses. “Assim que mudarmos o escritório para o prédio novo, deveremos começar a obra de transformar o antigo em nossa segunda casa lar”.
No ano passado, entre obras de construção da primeira casa, de muros e do início das obras do escritório, a entidade investiu R$ 660 mil. Um novo muro, que precisa ser erguido na área lateral e fundos da instituição, está orçado em quase R$ 60 mil.
A entidade conta com uma equipe técnica com uma assistente social, uma psicóloga e uma pedagoga, além do coordenador e uma secretária. No atendimento das crianças no abrigo, são nove cuidadoras, mais uma cozinheira, uma pessoa na lavanderia e outra na limpeza. O custo fixo mensal da entidade está na casa de R$ 60 mil, sem contar as despesas com as obras em andamento.
E os investimentos todos, além dos custos fixos da entidade, com água, luz, comida e folha salarial, são bancados basicamente por três fontes de renda da entidade: os convênios com as prefeituras que enviam crianças em situação de vulnerabilidade, os amigos do lar, pessoas que basicamente doam dinheiro, material de construção, alimentos e insumos de consumo diário e, por fim, o grupo de voluntários, ligados a três centros espíritas da cidade, que fazem dois bazares mensais, cuja renda integral é revertida para o Lar Sagrada Família e para o Edhuca – Escola de Desenvolvimento Humano Casa do Caminho, outro projeto mantido pela comunidade espírita da cidade. “São essas as nossas fontes de renda e as promoções eventuais que realizamos”, resume Maurício.
Nesse mês, a entidade está otimista por ter recebido um lote de mercadorias apreendidas, da Receita Federal. Esse lote de mercadorias vai ser comercializado neste fim de semana, dias 19 e 20 de março, na sede da Edhuca, que fica na Rua Osvaldo Cruz, esquina com Clotário Portugal.
“A população pode ajudar participando dos nossos bazares”, diz o coordenador Valmir Alves de Souza.
Valmir e Maurício salientam que todas as pessoas interessadas podem contribuir com o lar Sagrada Família, prestigiando seus eventos e promoções ou podem ajudar fazendo doações. No caso, podem fazer contato com a entidade pelo fone (43) 3424-9623.
Em caso de doação em dinheiro, é possível enviar qualquer valor pelo pix, cuja chave é o CNPJ da entidade, 73.415.739.0001/38
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