Em tempos de inflação se instalando na economia, quem paga aluguel tem uma preocupação a mais. Além dos aumentos de preços dos produtos básicos, os índices utilizados para os reajustes dos aluguéis também estão em alta. De acordo com dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas no último dia 28 de outubro, o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) de outubro de 2021 – mês de referência – teve alta de 0,64%. Com esse resultado, o IGP-M acumulado é de 16,74% no ano e de 21,73% nos últimos 12 meses. Os índices de reajuste já mobilizam imobiliárias e inquilinos em busca de negociações de preços em Apucarana.
De acordo com corretor de imóveis Antônio Bertholi, as imobiliárias procuram neste momento o equilíbrio entre o valor pago e o valor de mercado para não prejudicar nenhuma das partes. “Independente do índice que é divulgado pelos institutos de pesquisa, sempre procuramos ter o cuidado de verificar se esse valor corresponde a uma realidade de mercado. Nos últimos dois anos, por conta da pandemia, foram feitos muitos acordos, isenções, parcelamentos, e hoje a medida que vão vencendo os contratos, vamos definindo como será, mas os proprietários estão flexíveis para manter o locatário no imóvel”, revela.
Os reajustes aplicados dependem muito do tipo de imóvel e da negociação com o dono do imóvel, mas em média, os aumentos em Apucarana estão ficando entre 10 a 15%, segundo o corretor. “Vivemos um momento que precisa de muita cautela porque, esses índices, representam um valor muito alto se aplicados na sua totalidade, porém não podemos perder de vista a inflação que está se instalando, então se não aplicarmos aumento, ficaremos defasados e perderemos o valor de mercado, o que, quando acontece, não dá para recuperar depois”, explicou o corretor.
A costureira apucaranense Ivone Aparecida Colodiano já sentiu na pele os efeitos desta alta. De acordo com ela, em seis meses, o valor do aluguel já aumentou pelo menos em 50 reais.
“Na conversa sobre o contrato foi mencionado a mudança de valor, em 6 meses, aumento de 50 reais. Com receio de perder a locação para outra pessoa, a gente aceita. É difícil, com tudo subindo, o salário não acompanha. É bom o locador ter seu imóvel para ter renda e oferecer para nós que no momento precisamos pagar aluguel para morar, mas alguns locadores jogam preços muito alto”, considerou a inquilina.
De acordo com o corretor de Apucarana Paulo Craveiro, a maioria dos contratos já estão sendo negociados e, em alguns casos, o índice de reajuste está sendo passado integralmente. “Estamos negociando os valores, em alguns imóveis já conseguimos chegar a 30% de reajuste, mas isso depende muito, cada caso é um caso. Os proprietários estão flexíveis em relação a isso, os inquilinos pedem muito a negociação. Sabemos que não dá para seguir à risca o reajuste do índice, pela situação econômica que vivemos”, considerou.
Por, Aline Andrade - repórter do grupo Tribuna do Norte
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