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Indústria do vestuário sofre com ‘apagão’ de mão de obra

A falta de mão de obra qualificada tem sido um desafio para empresários da indústria de confecções de Apucarana

Da Redação

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Indústria do vestuário sofre com ‘apagão’ de mão de obra
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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.02.2022, 10:19:23 Editado em 21.02.2022, 10:19:25
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A falta de mão de obra qualificada tem sido um desafio para empresários da indústria de confecções de Apucarana. E a necessidade de completar o quadro de funcionários desfalcado fica ainda ainda maior com os afastamentos provocados pela Covid-19 nas empresas do setor. Relatório da Agência do Trabalhador trouxe 140 vagas em aberto nas empresas do município, e as funções com maior demanda são costureira (48), auxiliar para acabamento (25) e operador de bordado (19).

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O empresário apucaranense, Cláudio Delmasquio, conta que sua empresa sempre tem vagas em aberto e que nos últimos anos a situação piorou um pouco. “O problema da Covid não afetou minha empresa. De 60 funcionários, tenho somente dois afastados pela doença. A verdadeira dificuldade é em contratar pessoas especializadas, com qualificação. Hoje por exemplo tenho cinco vagas em aberto”, comenta.

Delmasquio tem boas expectativas com a abertura do curso técnico em vestuário do Colégio Estadual Professor Izidoro Luiz Cerávolo. “Sempre contratei estagiários e tenho boa expectativa para quando começar a formar a primeira turma para absorver esses profissionais. Porque as pessoas vêm muito cruas para a empresa”, afirma.

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O gerente de produção, Julio Tamura, enfrenta a mesma dificuldade. Segundo ele a pandemia sem dúvida, levou muitos trabalhadores qualificados a atuarem na informalidade. Como a maior parte desses profissionais são mulheres e mães, Tamura acredita que houve uma necessidade delas trabalharem em casa, uma vez que no começo da pandemia escolas e creches foram fechadas. “Algumas costureiras optaram pelo trabalho informal do que trabalhar de fato em empresa registrada”, comenta.

Tamura comenta também que tem percebido certo desinteresse da nova geração pelo setor de confecções. “Estamos vendo um pouco de fuga desse nosso perfil de ramo de atuação. A juventude procura imediatismo, querem resultado rápido, trabalhar pouco e ganhar muito. Quando percebem um trabalho que precisa de responsabilidade, cumprir horário, um salário que eles não imaginam, ocorre a fuga”,diz.

Empresário, Jayme Leonel, também afirma que a dificuldade em contratar mão de obra, principalmente com alguma qualificação, persiste, apesar da existência de cursos direcionados ao vestuário. Ele também afirma ainda que a pandemia fez o problema ficar ainda maior.

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“Infelizmente há um surto de covid acontecendo no nosso segmento. Dependendo do número de colaboradores a empresa está tendo dificuldades para entregar os pedidos”, relata.

Piso da categoria não é atrativo, afirma Stivar

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Apucarana e Região (Stivar) Maria Leonora Batista afirma que a falta de profissionais é um problema antigo que foi agravado pela pandemia. Ocorre que o piso salarial da categoria não é dos mais atrativos e muitos profissionais qualificados têm migrado para a informalidade como forma de aumentar a renda.

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“O setor de costureiras não quer trabalhar com carteira assinada porque as empresas só querem pagar o piso de R$ 1,6 mil. Trabalhando em facções informais elas ganham duas vezes mais do que com registro”, afirma.

Leonora assinala que o sindicato briga pela elevação do piso salarial da categoria, bem como uma espécie de plano de carreira para categoria, mas tem encontrado dificuldades. “As empresas dizem que os funcionários que produzem mais recebem um pouco mais, mas vejo que isso é bem raro. Esse piso de R$ 1,6 mil seria mais para quem está aprendendo. Uma pregadeira de bico, por exemplo, ganha até R$ 150 por dia trabalhando na informalidade, e na indústria o salário é entre R$ 1,8 e R$ 2 mil”, afirma.

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Contratação temporária encontra dificuldade

A presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e do Vale do Ivaí (Sivale), Elizabete Ardigo, disse que as empresas têm dificuldade em completar o quadro de funcionários com trabalhadores temporários. E ainda, as empresas sofrem com o afastamento de funcionários infectados pela Covid. Segundo o Sivale, em média, cada empresa tem ao menos três trabalhadores em quarentena, o que compromete a produção e entrega de pedidos.

“A Covid está afastando muita gente. Estamos reprogramando os pedidos com alguns clientes e outros acabamos perdendo por não conseguir atender”, afirma. Na tentativa de suprir a demanda, a Agência do Trabalhador em parceria com o 30º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIMec) para encaminhamento de soldados desligados do exército para as empresas que necessitam. Nessa primeira leva, 70 jovens serão encaminhados para empregos no setor de confecção. “A prefeitura tem investido muito em cursos para qualificação de trabalhadores. Estamos trabalhando bastante para suprir essa demanda”, assinala o gerente da agência Neno Leiroz.

Por, Cindy Santos

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