Plínio Paulino Bassi, mais conhecido como Matãozinho, é uma figura conhecida no mundo da música sertaneja. Nascido em 7 de setembro de 1938, em Oscar Bressani, no estado de São Paulo, Matãozinho mudou-se para Apucarana (PR) em 1954 com sua família, que veio para trabalhar na torrefação de café.
Um dos grandes ícones da comunicação paranaense, recentemente ele completou 85 anos de vida e está comemorando 60 anos de comunicação no rádio e na TV.
Ele continua na ativa e, nesta semana, recebeu o TNOnline em sua casa, em Apucarana (PR) para uma entrevista repleta de boas lembranças. Veja reportagem em vídeo abaixo
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Ainda na adolescência, Matãozinho começou a cantar com seu irmão em circos, rádios e eventos. A dupla Matão e Matãozinho fazia bastante sucesso. Seu trabalho como comunicador começou através de uma oportunidade que surgiu de maneira “curiosa”, segundo ele.
“Uma das rádios que eu cantava com meu irmão era rádio Cultura AM. Lá, tinha um grande comunicador que se chamava Nhô Piedade. Ele se candidatou a vereador em uma eleição e dizia que, se perdesse, iria embora de Apucarana. Por fim, ele perdeu e foi embora mesmo”, conta.
A saída de Nhô Piedade abriu as portas para que o jovem Plínio Bassi começasse a trabalhar no rádio. Quem fez o convite foi o empresário José Ignácio Neto, mais conhecido como Zé da Pinta, que era o proprietário da Rádio Cultura.
“Com a saída do Nhô Piedade, dois horários ficaram livres na rádio e alguém teria que fazer. Quando o Zé da Pinta me chamou, eu aceitei na hora. Gostei tanto, que estou aqui até hoje apresentando meu programa”, salienta.
Sua habilidade na comunicação não só manteve a audiência dos programas, mas transformou-se num dos maiores mecanismos de utilidade pública da época. Eram nesses programas que os hospitais informavam parentes da alta de pacientes, o nascimento dos filhos, falecimentos, busca por pessoas desaparecidas, balcão de empregos, entre outros. “Era incrível como o rádio tinha força naquela época e como a gente tinha uma responsabilidade enorme”, lembra.
Na televisão, iniciou como jurado de um programa de calouros comandado por Aimoré Kley, no final dos anos 70. Na época, a música sertaneja passava por uma renovação e aumento de popularidade o que contribuiu para ele recebesse o convite para conduzir o programa Sertanejo Classe A, que ia ao ar diariamente, das 11h às 12 horas, na TV Tibagi.
O sucesso foi tão grande que a emissora passou a transmitir o programa em rede estadual duas vezes por semana. Passaram por esse programa praticamente todas as figuras de renome nacional, pois o programa de Matãozinho tornou-se uma parada obrigatória para quem queria fazer sucesso.
Além de ser um defensor da cultura sertaneja, Matãozinho também é um verdadeiro embaixador da música caipira. Ele teve a oportunidade de conhecer e conviver com grandes artistas do gênero, como Tonico e Tinoco, Sérgio Reis, Milionário e José Rico e Chico Rey e Paraná, entre outros. Essas interações enriqueceram sua compreensão e apreciação pela música caipira e sertaneja.
Mas Matãozinho conta que não foi apenas na música sertaneja que ele atuou como apresentador e divulgador. “A gente já trabalhou com muitos artistas de outros estilos. Uma vez acompanhei uma turnê do Balão Mágico com a Elke Maravilha aqui no Paraná”, recorda.
O convívio com artistas também faz o comunicador lembrar de momentos curiosos, pois como, lembra Matãozinho, cada artista possui suas peculiaridades. “Uma vez, fui trabalhar no show do Maurício Mattar em Paranavaí. E eu nunca vi um artista que pediu tantas coisas no seu camarim. Ele pediu uma lista enorme de bebidas, alimentos e outras coisas. Algo fora do normal”, conta.
Matãozinho faz questão de destacar sua amizade com o empresário do setor de eventos Paulo Luzzi, a quem o apresentador demonstra muita gratidão. “Viajei muito por esse Brasil junto do Paulo Luzzi apresentando os artistas de sucesso”, conta.
Certa vez, Paulo Luzzi organizou um show da dupla Chrystian e Ralf em Bandeirantes (PR). Matãozinho lembra que foi uma ocasião muito tensa. “Estava tudo certo para o show, mas, durante a passagem de som, o Ralf não gostou e afirmou que não faria show com aquele equipamento. Ralf sempre foi muito sistemático”, conta.
Para resolver o problema e não deixar o público, que já havia comprado todos os ingressos, Matãozinho conta que Paulo Luzzi teve que ir até o estado de São Paulo em busca de equipamento.
“Ele foi buscar um outro equipamento em São Paulo às pressas, pois, com a recusa de Ralf, o show foi adiado para o dia seguinte. Ainda bem que o segundo equipamento estava no agrado do Ralf e o show finalmente foi realizado”, salienta.
Ao celebrar seus 60 anos de comunicação, o apresentador não demonstra vontade de parar tão cedo. “Eu quero continuar enquanto aguentar. Não parei nem na pandemia, quando demos um jeito de eu gravar aqui em casa, com o celular mesmo. Hoje em dia é muito mais fácil do que antigamente”, frisa.
Por fim, Matãozinho faz questão de encerrar sua entrevista se dirigindo não às pessoas que já o conhecem, mas, sim, aos jovens, que estão no desabrochar da vida.
“Você que é jovem, se você tem um sonho, siga em frente e nunca desista, que seu sonho assim vai se tornar realidade. Seja qual for o seu sonho, seja na música ou em qualquer outra área, siga sempre com alegria e paz”, finaliza.
Por Louan Brasileiro
tnonline
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