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Família está na terceira geração de coveiros no Norte do Paraná

Antônio Sebastião Pereira, ou Tonico como é conhecido, tem 51 anos de idade e quase a metade desse tempo de vida dentro dos cemitérios de Apucarana. Ele faz parte da segunda geração de coveiros da família. Além dele, o irmão e o filho atuam como sepultado

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.01.2021, 12:26:27 Editado em 19.01.2021, 12:28:02
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Antônio Sebastião Pereira, ou Tonico como é conhecido, tem 51 anos de idade e quase a metade desse tempo de vida dentro dos cemitérios de Apucarana. Ele faz parte da segunda geração de coveiros da família. Além dele, o irmão e o filho atuam como sepultadores.

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Segundo Tonico, o caminho da profissão ele aprendeu com o pai, seu Antônio Pereira, que começou como coveiro e chegou a atuar na administração nos dois cemitérios da cidade, Cristo Rei e Saudade. “Meu irmão mais velho também trabalhou 30 anos assim, o outro já faz quase 17 como coveiro e eu estou passando dos 14 anos aqui dentro”, comenta.

Família está na terceira geração de coveiros no Norte do Paraná
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Foi Tonico e o irmãos que sepultaram o pai no ano passado. “As pessoas até perguntaram se nós não tínhamos sentimento quando nosso pai morreu aos 86 anos, a quatro dias antes do aniversário em março do ano passado, mas doeu muito ter que nós mesmos literalmente sepultar o nosso próprio pai”, diz.

Seu filho, Francis Alexandre Pereira, de 28 anos, tem a missão de continuar com a terceira geração na lida dos cemitérios. “Acho que a tradição da família me fez pegar gosto pelo trabalho, porque eu vim por um tempo ajudar meus pai e acabei me acostumando e gostando também. Então não me vejo fazendo outra coisa na vida por enquanto”, justifica o mais novo na profissão familiar.

Tonico fez o sepultamento da primeira vítima de covid de Apucarana em abril do ano passado e desde então a família acumula os mais tristes momentos que já viram na profissão ao sepultar muitas pessoas sem os ritos de despedida. “Imaginar a dor de quem não vê seu parente ou amigo desde que foi internado e até chegar aqui, sem velório, obrigado a ter que guardar na memória a lembrança de quinze dias antes daquela pessoa que morreu é muito triste”, lamenta, afirmando que já chorou sob a máscara de proteção que se tornou seu uniforme de trabalho.

Ele também admite que seu trabalho ficou mais difícil também pelo medo de contaminação. “A gente corre esse risco com os familiares porque é compreensível que alguém tente chegar mais perto e essa pessoa pode estar contaminada sem saber ali no momento da despedida. Mesmo usando todos os equipamentos de seguranças necessários dá um receio”, finaliza.

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