A estiagem e as queimadas que atingem diversas regiões do País começaram a elevar o preço dos alimentos em Apucarana (PR). De agosto para cá, o custo das frutas, legumes e verduras aumentou até 40%, segundo estabelecimentos do ramo ouvidos pela reportagem. Esta é a maior seca já vista na história recente do Brasil, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).
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Na frutaria do empresário José Ceron os produtos mais prejudicados pela estiagem e calor são a abobrinha, chuchu, vagem e pepino que ficaram até 40% mais caros. Frutas como abacaxi, banana, melão e laranja também sofreram aumento de 25%, em média.
“Não estão bonitas. Alguma coisa vem melhor, mas a laranja e a banana já chegam murchas. As folhosas também estão mais feias com essa falta de água. Se não chover logo, acredito que o preço vai aumentar mais”, comenta Ceron.
Na galeria de Bruno Santiago a situação se repete, com alta de até 40% nos preços dos alimentos. A estiagem também prejudica o desenvolvimento de vegetais como brócolis e couve-flor que estão em falta. “Está bem escasso. Quando encontramos, estão pequenos, pois é um alimento que precisa de um clima bom para se desenvolver”, comenta Santiago.
DIFICULDADES
A queda na qualidade dos produtos reflete as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais que cultivam alimentos no campo ao ar livre. “Como faz tempo que não chove, a falta de água está sendo a grande preocupação dos produtores de alface, almeirão, chicória, rúcula e cebolinha”, afirma o técnico agrícola da Secretaria Municipal de Agricultura de Apucarana, Luiz de Faveri.
Segundo ele, a falta de chuva afetou consideravelmente o nível de água dos mananciais. A solução encontrada por alguns produtores foi a captação de água do rio durante a noite para a irrigação durante o dia.
O calor, entretanto, atrapalha a irrigação diurna, provocando sérias dificuldades na produção. “As plantações cultivadas ao ar livre são prejudicadas durante a irrigação, pois a água queima as folhas e aumenta a possibilidade de doenças. Isso fez a qualidade cair bastante”, comenta.
A atual onda de calor é a mais intensa da história, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).
Os efeitos da falta de chuva se desdobram em outro risco para a agricultura: as queimadas. “Há uma grande ocorrência de incêndios ambientais em Apucarana e em todo o País. Estamos perdendo várias matas nativas, animais morrendo em decorrência dessas queimadas criminosas”.
O caso mais recente foi na estrada do Biloti, onde uma grande área de mata foi queimada. O fogo derrubou árvores, que caíram sobre a rede elétrica, derrubando um poste de energia.
Por Cindy Santos
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