No mês conhecido como o das noivas, muitos casais tiveram que mudar os planos e remarcar os casamentos. A pandemia do novo coronavírus causou uma onda de adiamentos. Uma pesquisa do Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) e a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), realizada em abril, mostrou que além de frustrar o sonho de quem esperava celebrar a união, a Covid-19 impactou 98% das empresas do segmento.
Empresária do ramo dos eventos desde 2012, Rosimeire Demarques Dourado teve, até agora, cinco casamentos reagendados para datas a partir de setembro. “Entendo que esse é um momento preocupante com relação ao Covid-19. Esse setor envolve muitas pessoas trabalhando. Em um evento de 250 convidados, trabalham cerca de 80 pessoas direta e indiretamente prestando serviços. São vários profissionais envolvidos que também foram afetados, além dos sonhos das pessoas que estão sendo adiados por causa dessa pandemia não apenas casamentos, mas festas de 15 anos, formaturas, festas infantis entre outras comemorações”, comenta.
O empresário Dione Aquino, que atua na área de decoração, contabiliza quase 20 eventos reagendados para o segundo semestre. “Logo na primeira semana da pandemia, todos já perceberam a situação e já vieram conversar para remarcar” explica, afirmando que deu férias para os funcionários fixos.
Pego de surpresa pela pandemia, ele chegou a distribuir, em março, dezenas de buquês para não desperdiçar as flores que seriam usadas em um casamento e em uma formatura. “O planejamento para a compra das flores é antecipado, quando o governador anunciou que os eventos seriam cancelados, não teve o que eu fazer, eu já tinha comprado em Holambra, não tinha como cancelar. Quando as flores chegaram, eu não iria jogar fora”, lembra.
CASAMENTO ADIADO
Ana Paula Bernardes de 24 anos e Luís Felipe Lemos Reis de 30 anos estão juntos há mais de cinco anos e em 2018 começaram a planejar o tão sonhado casamento. Os apucaranenses iriam subir no altar neste mês, mas agora vão casar somente em outubro. “Num primeiro momento foi impactante, frustrante, triste. Planejamos tudo, era um sonho. Mas a saúde de todo mundo é importante. Nós escolhemos maio, mas Deus escolheu outra data para nós. Nosso casamento vai ter um significado ainda maior e todos juntos vamos celebrar o amor em um grande reencontro”, disse Ana Paula.
A noiva contou que todos os fornecedores que trabalharão no casamento apoiaram a decisão do adiamento. A data precisou ser remarcada duas vezes. “Primeiro marcamos para o final de julho. Nós acreditamos que até lá tudo vai estar melhor, mas bateu a insegurança e remarcamos para outubro. Assim todos estaremos com segurança de verdade, em paz, tranquilos, sem ficar pensando em vírus”, comenta.
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