Com 12 anos, Renato Matheus de Souza é uma criança como a maioria, que gosta de passar tempo diante da tela, jogando ou assistindo vídeos no celular. Estudante da 7ª série do Colégio Polivalente, de Apucarana (PR), ele, como grande parte dos pré-adolescentes desta idade, é "louco" para ter um supercomputador equipado para jogos, no estilo profissional. A diferença dele, para os demais, é que Renato decidiu que conquistaria esse feito por conta própria, iniciando um negócio.
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O pequeno empreendedor conta que, motivado pelo desejo de comprar sua supermáquina para jogos, assistiu a um vídeo de um jovem que ensinava como multiplicar o próprio dinheiro realizando vendas. “Eu estava vendo vídeos na internet e apareceu esse de um cara que transformou um real em mil reais em uma semana, comprando produtos e vendendo com lucro. Pensei, preciso fazer isso”, conta o menino.
A dúvida que veio em seguida foi: mas como vou fazer isso? O que eu poderia fazer? A resposta veio em outro vídeo, na mesma plataforma. “Assisti aulas de como fazer brigadeiros, aprendi do zero, e pensei: isso eu consigo fazer, vou vender brigadeiros”, relembra.
O passo seguinte foi conversar com a família. Renato contou aos pais o seu plano de empreender, e recebeu apoio imediato. O pai, o mecânico de carros Rivaldo de Souza, foi o primeiro a investir no negócio. Com R$ 100,00 e a ajuda da mãe, a vendedora autônoma Josicléia de Souza, o pequeno empresário foi às compras dos ingredientes e fez a sua primeira produção. A mãe lembra que estranhou a empreitada e achou que o entusiasmo do filho não ia longe.
“Quando o Renato disse que queria fazer brigadeiros para vender, eu confesso que não coloquei muita fé, achei que era fogo de palha, coisa de criança. Com o passar dos dias, percebi a dedicação dele para o negócio, ele é muito focado desde o preparo das receitas até a contabilidade. Um orgulho pra nós. Agora sou ajudante de cozinha, auxiliando ele nas produções semanais”, diz a mãe, orgulhosa.
O empreendedor mirim tentou iniciar as vendas na escola, para os colegas, mas não deu certo, pois o comércio de produtos lá é proibido. Foi então que surgiu a ideia de criar uma rede social para as vendas. Nesse momento, a irmã mais velha e uma prima passaram a ajudar, fazendo postagens, atendendo clientes e anotando pedidos.
De lá para cá, são quase três meses da empresa que ganhou o nome de “natos candy”, por conta do apelido do empresário mirim, que vê sua produção crescer a cada semana. De acordo com ele, as vendas já estão em média, em 32 caixas de doces por semana.
O empreendedorismo já está trazendo os primeiros resultados: com o dinheiro das vendas, Renato já conseguiu comprar a mesa e três peças para montar o sonhado computador.
“Aos poucos estou comprando as peças e montando minha máquina. Depois que este sonho estiver realizado, vou continuar empreendendo, para guardar dinheiro”, revela o menino.
Do alto da sua “experiência empreendedora”, aos 12 anos de idade, Renato reconhece que foi o melhor caminho que poderia trilhar.
“Vejo que meus colegas na escola estão buscando formas de empreender também para ter o próprio dinheiro, então estou dando um bom exemplo. Eu passava muito tempo na frente do celular, quando não estava em horários de aula e de outros cursos, e hoje encontrei algo que gosto de fazer e me dá um retorno. Sou muito grato a toda minha família que me apoia e me incentiva, sem eles, nada disso seria possível”, finaliza o pequeno.
Por Aline Andrade
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