Quem passou nos últimos dias em frente às Unidades de Pronto Atendimento (UPA), de Apucarana e de Arapongas, percebeu o grande número de pessoas aguardando por atendimento nesses locais. Com o aumento de casos de doenças respiratórias e viroses no início do outono, o número de pacientes disparou em março. O movimento também cresceu no Centro Infantil Sonho de Criança e no Pronto Atendimento Infantil (PAI).
Neste mês, 12.024 pessoas foram atendidas na UPA de Apucarana, segundo levantamento da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) com dados até esta terça-feira (28). O número representa uma média de 429 consultas por dia. Como a capacidade é de 280 atendimentos diários, a unidade está com sobrecarga de 53%.
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Faltando três dias para o final de março, a procura é quase 5% superior ao mesmo mês do ano passado, quando 11.470 atendimentos foram realizados, segundo dados da AMS.
O secretário de Saúde, Emídio Bachiega, afirma que o município ampliou o número de médicos para dar conta da demanda na UPA. “A chegada do outono -que é marcada por uma grande amplitude térmica, com manhãs frias e aumento da temperatura durante o dia -, gera mais casos de doenças respiratórias e também de viroses”, assinala. Ele cita ainda a chuva constante. “Muita umidade no ar também é ruim para a saúde”, acrescenta.
O secretário afirma que o problema vem sendo registrado também em outras cidades da região Sul, com aumento da demanda de atendimentos com a mudança de clima com a chegada da nova estação.
Emídio Bachiega reforça a importância de a população procurar a UPA apenas em situações mais graves, como febre alta e dificuldades respiratórias. “Em casos menos graves, a orientação é buscar atendimento na UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima”, orienta.
O aumento da demanda também é registrado no Centro de Saúde Infantil Sonho de Criança desde o começo do mês. O número de atendimentos dobrou no local. Entre janeiro e fevereiro, a média estava em torno de 95 a 120 consultas ao dia. Em março, subiu para faixa entre 220 a 260.
O pediatra Luiz Carlos Busnardo, que atende no Centro Infantil, explica que o aumento de casos se repete toda vez que há uma mudança de estação do ano, principalmente do verão para o outono, quando há alterações bruscas de temperatura e maior incidência de chuva.
“Também coincide com o período em que as crianças já voltaram para as creches e escolas. A soma destes dois fatores resulta num surto de proliferação de vírus, facilitando a ocorrência de doenças bacterianas graves, como pneumonia, rinossinusite, infecção de ouvido, entre outras”, afirma Busnardo.
ARAPONGAS
Em Arapongas, a situação não é diferente. O prefeito Sérgio Onofre da Silva (PSC) gravou vídeo nas redes sociais para pedir paciência à população. Somente na segunda-feira (28), segundo ele, 1.350 pessoas passaram pela rede municipal para buscar atendimento, sendo 250 crianças atendidas apenas no PAI.
"É um problema que não é exclusivo de Arapongas, mas em todo Paraná está assim. Contratamos mais médicos para a UPA e para o PAI, mesmo assim não está dando conta", disse o prefeito. Ele pediu a colaboração das famílias. "Sei que é difícil, quando você quer ser atendido e demora, ainda mais com criança, a gente fica doente junto, mas eu quero explicar para vocês o que está acontecendo. É algo atípico, que não acontecia há muito tempo", disse.
Por Fernando Klein
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