Com a pandemia de covid-19, Nubia Pereira Celestino fechou o salão de beleza na área central de Apucarana. Há dois meses, ela retomou o negócio, mas, desta vez, optou por inaugurar o empreendimento na Avenida Central do Paraná, na região do Jardim Trabalhista, zona norte da cidade. Nubia não é a única. Há um movimento de descentralização do comércio, que ganhou força com a pandemia. Veja o vídeo abaixo.
Entre janeiro e julho, a Prefeitura de Apucarana registrou a abertura de 2.150 empresas, entre microempreendedores individuais e empreendimentos de pequeno e médio portes. O número é 16% maior na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram 1.852 alvarás comerciais concedidos pelo município.
O levantamento, feito pela Secretaria de Fazenda da Prefeitura de Apucarana a pedido da reportagem, confirma esse panorama de descentralização. Das 2.150 empresas de janeiro a julho, 85% estão nos bairros, distritos ou zona rural. São apenas 315 no centro, enquanto 1.835 estão distribuídas pela cidade.
São empreendimentos espalhados em dezenas de bairros, com destaque para o Residencial Interlagos (82), Núcleo João Paulo I (78), Jardim Ponta Grossa (77) e Jardim Apucarana (53), entre outros.
“Quando a cliente gosta do seu serviço, ela vai até você. Aqui, é praticamente um novo centro comercial. Além disso, é mais perto da minha casa”, explica Nubia Pereira Celestino. Ela destaca que a região do Jardim Ponta Grossa está crescendo, diversificando os negócios e os empreendimentos.
Luciana Costa Alves Alamao tem um estabelecimento especializado em salgados também na Avenida Central do Paraná. Há oito meses no ponto, ela comemora as vendas.
A avenida está sempre movimentada. Aqui vai crescer, vão construir muitos barracões ainda”, afirma, observando que atuava como costureira e decidiu investir na área de alimentação. “Já trabalhava em Jundiaí, São Paulo, com esse ramo e decidi retomar em Apucarana agora depois de passar pelo setor de confecções”
continua após publicidade- Luciana Costa Alves, empresária
De olho no movimento da avenida, Aparecida Pereira da Silva decidiu montar uma loja de roupas novas e seminovas em frente a um imóvel da família. “O movimento é grande. Estou satisfeita”, diz. Ela tem uma facção de costura, mas pretende mudar para o ramo de varejo.
Fenômeno ganhou força após pandemia da covid-19
A secretária de Fazenda, Sueli Pereira, observa que a descentralização vem ocorrendo há vários anos, mas aumentou agora com a pandemia de covid-19. Segundo ela, o número de empreendimentos está crescendo, já que muitas pessoas precisaram empreender durante o auge da doença.
Das 2.150 empresas abertas entre janeiro e julho deste ano, 1.461 são MEis (Microempreendedores individuais), 478 microempreendedores (ME), 80 empresas de pequeno porte (EPP) e 131 de porte maior.
“Muitas pessoas perderam o emprego na pandemia e começaram pequenos negócios. As pessoas foram se virar, aproveitando também os inúmeros cursos ofertados pela Secretaria de Indústria e Comércio”, assinala Sueli. Ela afirma que é grande o número de MEIs por conta da característica do negócio, baseado na isenção tributária. Por outro lado, ela afirma que esses empreendimentos trazem retornos importantes para o município na movimentação da economia e na geração de postos de trabalho.
A secretária assinala ainda que os novos negócios estão espalhados em praticamente todos os bairros da cidade, gerando renda para a população e também para o município. VEJA:
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