Na semana em que se comemora o Dia da Mulher na Engenharia (23) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) promove o lançamento do Prêmio Crea-PR Eng. Enedina Marques, homenagem às mulheres que fazem a diferença com a atuação como engenheiras.
O prêmio foi entregue na segunda-feira (20) a oito mulheres profissionais das engenharias, indicadas pelas Entidades de Classe das regionais estaduais onde o Conselho está presente: Apucarana, Cascavel, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco e Ponta Grossa.
“Enedina Alves Marques teve uma história muito importante dentro da engenharia para o Paraná, primeira mulher a se formar em Engenharia e primeira negra” comenta a Engenheira Civil Karlize Posanske da Silva, Conselheira e Coordenadora do Comitê Mulheres do Crea Pr. “Se hoje é difícil a atuação de mulheres dentro da Engenharia, imagine naquela época (1945). Este prêmio foi uma forma de homenageá-la através do reconhecimento de outras engenheiras de história dentro do Paraná. O intuito é valorizar e reconhecer mais as mulheres dentro da engenharia, e escolhemos as oito representantes de cada região, mulheres com história como a Engenheira Enedina”, pontua.
“A importância de se comemorar uma data como o Dia Internacional da Mulher Engenheira é chamar a atenção para a participação das mulheres no ambiente das nossas profissões - as Engenharias, Agronomia e Geociências, das profissões tecnológicas -, apoiar as mulheres e dar oportunidade para que elas possam atingir o potencial como profissionais, como Engenheiras e líderes, e também possa se incentivar as jovens que despertem atenção para as profissões das Engenharias, mostrando todo o potencial”, destaca o Engenheiro Civil Ricardo Rocha de Oliveira, presidente do Crea-PR.
“A Engenharia ajuda a desenvolver o mundo. O mundo se torna melhor, mais seguro, mais inovador e emocionante a partir das atividades de Engenharia. E a visão feminina é fundamental. Por isso, estamos perdendo muito com a não participação das mulheres. E é essa a importância desse dia: incentivar, chamar a atenção para que cada vez mais as mulheres possam participar e participar de uma forma isonômica em questão de gênero”, pontua o presidente do Crea-PR.
Apesar de ainda haver predominância de homens em várias das profissões das engenharias, agronomia e geociências, o presidente do Crea-PR defende que se faça um conjunto de ações para que esse quadro mude. “Uma das ações importantes é incentivar meninas a começar a gostar das áreas que são relacionadas com as engenharias. Buscar desenvolver, despertar interesse por matemática, por ciências, por áreas tecnológicas. Outra é buscar referências para as meninas: é sempre importante que as pessoas se espelhem em familiares, colegas, pessoas inspiradoras. Outra questão é buscar, através de nossas ações, que as carreiras sejam semelhantes, que as oportunidades para áreas gerenciais e lideranças e, especialmente, que não haja diferença de salário. Sempre coloco que é preciso buscar oportunidade para todos os gêneros. Todos os espaços que os homens estão, as mulheres também possam estar presentes buscando estágios, residências técnicas e atividades que possam desenvolvê-las e despertar esse interesse esseequilíbrio entre os gêneros”, comenta.
O presidente lembra também que o Crea-PR é um precursor no sistema profissional nacional da criação de uma política institucionalizada de apoio à participação das mulheres e a sua valorização nas áreas tecnológicas. “A criação do Comitê Mulheres – que hoje é um programa do nosso sistema profissional, o Sistema Confea/Crea/Mútua - com um conjunto de ações em todas as 27 unidades do nosso Brasil. Esse processo organizou um conjunto de ações que já vínhamos fazendo, incentivando, fazendo palestras, atividades e também internamente, valorizando pela participação de conselheiras, inspetoras, cargos de gerência. Especialmente nas nossas gestões, temos tido uma efetiva participação das mulheres coordenando Câmaras, Comissões, participando da diretoria do Crea-PR”, afirma.
E no caso do Comitê Mulheres, o programa articula políticas para que não haja diferenças. “Proporcionando igualdade de oportunidades, discordando de alguma situação em que se exige só a participação dos homens, considerando que hoje as mulheres devem atuar em qualquer área, fazendo divulgações, buscando que as remunerações sejam semelhantes para que não haja diferença e que, porventura, alguma discriminação, alguma situação em relação às mulheres, buscando posicionamento na imprensa, nos nossos órgãos, fazendo notas de repúdio quando há alguma situação que leve à discriminação, ou alguma situaçãoque não se considere a igualdade de oportunidades para mulheres atuando nas áreas das Engenharias, Agronomia e Geociências”, finaliza.
Contemplada com o prêmio Enedina 2022 da Regional Apucarana do Crea-PR: Eng. Agr. Ana Maria de Moraes, de Ivaiporã.
Gaúcha de Caxias do Sul-RS, Ana Maria nasceu em 26/07/1961. Formada em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em 1987 (18/12/1987). Já atuou com paisagismo e fruticultura em Campos do Jordão-SP e ingressou em 1989 na Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), atual Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), atuando nos municípios de Borrazópolis, Califórnia e Mauá da Serra como extensionista municipal, nos mais diversos projetos de interesse destes municípios, como cafeicultura, bovinocultura de leite, grãos, olericultura, fruticultura.
Participou da fundação do Núcleo dos Engenheiros Agrônomos do Vale do Ivaí, entidade que originou a Associação dos Engenheiros do Vale do Ivaí (ASSEAVI). Nesta entidade, Ana Maria teve participação ativa nas várias atividades desempenhadas desde sua fundação, o que levou a indicação para homenagem na categoria carreira destaque da regional Apucarana do Crea-PR em 2017. Foi indicada para a Inspetoria de Ivaiporã, em que foi eleita por dois mandatos. Neste período, devido a atuação na ASSEAVI foi convidada a fazer parte do corpo docente da Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí (FATEC) - Ivaiporã e Faculdades do Centro do Paraná (UCP- Pitanga) no curso de Tecnologia de Agronegócio.
Por meio da atuação nos Programa de Vilas Rurais, Programa Nacional de Reforma Agrária, Programa Nacional de Crédito Fundiário, Programas de Apoio a Extensão Rural, com forte apelo social, teve oportunidade de permear espaços ligados à organização rural, principalmente no fortalecimento dos Conselhos Municipais, muito em função de seu envolvimento com a entidade de classe à qual pertence. Este trabalho levou ao convite para Coordenação Regional de Projetos e à Gerência Regional do IDR em Ivaiporã, onde aposentou-se após 33 anos de trabalho na Engenharia Agronômica.
“Na hora em que me ligaram, achei inacreditável, mas eu fiquei muito honrada de ter sido lembrada e ter sido qualificada para o prêmio”, comenta a engenheira. “A gente faz as coisas na vida e não pensa no que vai ser depois. Só pensa na qualidade do trabalho que está fazendo. Eu sempre me dediquei muito ao meu trabalho. Então, eu acredito que é muito emocionante para mim receber essa indicação pelo fato de eu estar encerrando minha carreira, de estar me aposentando - acabei de me aposentar no dia 31 de março”.
Para ela, a indicação ao prêmio Enedina “coroa todo um trabalho, uma vida profissional que foi dedicada à agronomia, sempre devotada à minha profissão, ao meu trabalho. São 33 anos de dedicação a esse trabalho. E esse reconhecimento dos meus pares, dos meus colegas, do trabalho que eu executei, de como que eu me comportei durante esse período, é emocionante saber disso. Eu fico extremamente agradecida por eles terem me visto, me enxergado dessa forma. Ainda estou muito emocionada com essa indicação. Falar disso é muito emocionante para mim”, finaliza.
Confira as homenageadas em cada uma das regionais no site: https://premioenedina.crea-pr.org.br/
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