Os dois setores que estão entre os maiores geradores de empregos de Apucarana estão negociando reajustes salariais dos trabalhadores. No comércio, a convenção coletiva deve ser concluída nos próximos dias, enquanto nas fábricas de confecções a negociação ainda está na fase inicial.
O Sindicato dos Empregados no Comércio de Apucarana (Siecap) e o Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana (Sivana) ainda alinham os últimos detalhes do índice de reajuste. A data-base da categoria é 1º de julho.
Diretora do Siecap, Edileia Crepaldi afirma que o encaminhamento é para fechar o reajuste em 12%. O mesmo percentual também deverá ser aplicado para os funcionários dos supermercados. Como a inflação acumulada de junho foi de 11,92%, o índice representaria um ganho real de 0,08% para a categoria. Com isso, o atual salário-base passaria de R$ 1.562,30 para R$ 1.749,77. No caso dos supermercados, o ganho real seria de 0,1%, já que a data base é 1º de junho e a inflação acumula é de 11,90%.
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A convenção coletiva, que ainda precisa ser assinada e homologada, também prevê o funcionamento em datas especiais. Neste ano, por exemplo, as lojas devem atender em horário estendido, das 9h às 22 horas, a partir do dia 7 de dezembro, uma quarta-feira, até o dia 23 de dezembro.
A presidente do Sivana, Aida Assunção, observa, no entanto, que a definição do índice ainda depende de alguns detalhes a serem acordados na redação da convenção coletiva. “O índice até pode chegar a 12%, mas estamos trabalhando no momento com 11,92% de aumento, que é o valor da inflação acumulada de 1º de julho de 2021 a 30 de junho de 2023. A assinatura ainda depende de alguns detalhes pendentes”, afirma.
Segundo ela, o setor vê com dificuldade a oferta de ganho real. “O índice de reposição da inflação de junho, de 11,92%, é um dos maiores do ano”, pontua Aida Assunção. Em setembro, por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou em 7,19% no acumulado de 12 meses.
O acordo em negociação envolve 1,7 mil estabelecimentos comerciais e cerca de 7 mil empregados do comércio de Apucarana, incluindo as lojas do Shopping CentroNorte, e também toda a base territorial do Sivana, que abrange Califórnia, Cambira, Bom Sucesso, Kaloré, Marilândia do Sul, Marumbi e Novo Itacolomi.
CONFECÇÕES
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecções de Apucarana e Região (Stivar) e do Sindicato das Indústrias de Confecções de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale) se reúnem na próxima segunda-feira (17) para a segunda rodada de negociações. O primeiro encontro terminou sem acerto. A data-base da categoria é 1º de setembro.
O sindicato patronal acenou com reajuste geral de 8,83%, enquanto os representantes dos trabalhadores querem um aumento de 12% para quem ganha o piso e de 8,83% para quem recebe acima do piso, além de uma cesta básica para todos os trabalhadores. São pelo menos 10 mil empregados no setor de confecções apenas em Apucarana com carteira assinada, segundo o Stivar.
A negociação promete ser difícil. Segundo o sindicato dos empregados, o "apagão" na mão de obra no segmento tem como causa justamente os baixos salários pagos. O piso atual é de R$1.631,28. “Esse valor representa R$ 54 por dia, enquanto uma diarista recebe a partir de R$ 130”, compara Maria Leonora Batista, presidente do Stivar.
A presidente do Sivale, Elizabete Ardigo, prefere esperar a próxima reunião, na segunda-feira, para se manifestar. Ela antecipa, no entanto, que o pedido de ganho real se mostra inviável para o setor no momento.
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