A comunidade escolar do Colégio Estadual Heitor Cavalcanti de Alencar Furtado, no João Paulo, em Apucarana, aprovou nesta quinta-feira (17) a adesão ao modelo cívico-militar. Foram 12 horas de consulta pública encerrada às 20 horas obteve quórum de 344 votos, sendo 237 a favor, 102 contra, 3 nulos e 2 brancos. O resultado saiu às 21 horas.
Pais, responsáveis e alunos com mais de 16 anos participaram em peso da consulta pública que foi encerrada às 20 horas. A votação também foi marcada por manifestações contrárias e favoráveis à militarização da instituição de ensino. Em frente à escola, professores e pais de alunos munidos com cartazes criticaram a falta de debate e esclarecimento sobre o referido modelo de ensino. Do outro lado, apoiadores colocaram um carro de som e pediram votos a favor.
Para o professor José Antônio de Almeida, faltou debate. “Não houve esclarecimento, é um cheque em branco. Nós da APP Sindicato primamos sempre pela Lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que fala sobre a gestão democrática do ensino público. Não nos foi dada oportunidade de fazer perguntas, esclarecimentos. Faltou debate. Estamos votando sem saber como será esse modelo”, disse.
Antes da votação terminar o diretor do colégio, José Carlos da Silva, disse que tinha boas expectativas de que a mudança fosse aprovada. “É um programa escola cívico militar federal, estamos com expectativa muito boa e esperamos ter a aprovação da comunidade escolar”.
Segundo o diretor, entre as principais informações repassadas consta que não haverá mudanças na administração escolar, com a manutenção da direção, corpo docente e pessoal administrativo. Pelo projeto, a escola receberia uma equipe de apoio com 18 militares, sendo um diretor militar, um tutor e 16 monitores, todos com patentes a partir de sargento. “O que muda é que vamos ter uma equipe de apoio com 18 membros, um diretor militar, um tutor militar e 16 monitores que vão auxiliar. Com isso vamos conseguir desenvolver projetos, ativar a fanfarra e outros projetos”, disse.
O projeto de Colégio Cívico-Militar é em parceria com o governo federal, através do Ministério da Defesa e Ministério da Educação. É diferente do projeto de escolas cívico-militares já realizado no Paraná, em diversas unidades, através de parceria do Estado e envolvendo pessoal da reserva da Polícia Militar.
O projeto ofertado ao Colégio Heitor Furtado, do João Paulo I, é o mesmo projeto também ofertado no Colégio Polivalente, que gerou polêmica com a comunidade escolar, desde a semana passada. Lá, a votação foi feita por aclamação e o resultado foi negativo ao projeto. Foram 274 votos contrários à mudança e 230 a favor. No entanto, um grupo de pais favoráveis ao projeto está organizado e tenta anular a consulta pública para que uma nova votação possa ser feita. (Com informações de Vitor Flores e Lis Kato)
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