A Polícia Civil de Apucarana elucidou a morte de Sebastião Marques Ramos, ocorrida no dia 22 de dezembro do ano passado. Ela era mestre de obras e trabalhava em Apucarana. Foi vítima de latrocínio, numa ação premeditada, planejada e executada por cinco pessoas, três delas de uma mesma família. Todos estão presos.
As cinco pessoas envolvidas no crime são um homem, de 24 anos, a mãe dele, de 46 anos, a esposa dele, de 28 anos, um amigo, de 20 anos, que morava com o casal e o vizinho, um homem de 61 anos, que seria o responsável por desovar o corpo. O crime ocorreu no interior da casa do casal.
As primeiras prisões ocorreram há cerca de duas semanas, mas a polícia manteve os casos sob sigilo até que conseguisse prender todos os envolvidos.
O corpo de Sebastião foi encontrado carbonizado, na região do Parque da Raposa, aos fundos do Residencial Dom Ângelo, no dia 23 de dezembro. Segundo a polícia, ele foi morto dois dias antes. Toda a história foi detalhada na tarde desta quarta-feira (16), pelo delegado chefe da 17a SDP, Marcus Felipe da Rocha Rodrigues.
No dia 22 de dezembro, após denúncias, a Polícia Militar (PM) de Apucarana encontrou a S10 de Sebastião abandonada, na Estrada dos Bertasso, zona rural do município. O veículo ainda estava pegando fogo quando a equipe chegou e encontrou o carro completamente destruído.
Segundo o delegado Marcus Felipe da Rocha, os presos são acusados de latrocínio, num crime premeditado e com execução bastante violenta. A vítima teria sido agredida a pauladas, durante uma luta corporal e depois esfaqueada inúmeras vezes. "A princípio, o casal, a mulher de 28 e o homem de 24 anos, disseram que a briga com a vítima foi porque ele queria manter uma relação com a filha do casal, de 7 anos. Eles disseram ainda que, durante a discussão, Sebastião estava com uma faca e, para se defender, o pai da criança tomou a faca da mão do homem e o matou”, explicou o delegado.
O delegado afirma que, no decorrer das investigações, a polícia descobriu que a verdadeira motivação para o homicídio era a caminhonete da vítima. “O rapaz (de 20 anos) que morava com o casal contou que a história envolvendo criança não existia e que o crime foi premeditado e que todas as cinco pessoas envolvidas [citadas acima] sabiam que ia acontecer no dia 21 de dezembro. O verdadeiro motivo seria a caminhonete da vítima, que seria vendida e o dinheiro seria dividido entre eles”, disse Marcus.
Outras três pessoas foram presas durante a investigação, por terem sido associadas ao celular da vítima, mas já foram soltas, depois que as investigações mostraram que elas não participaram do crime de morte de Sebastião Ramos.
Ao rastrear o celular da vítima, a polícia chegou a um traficante, que estava com o aparelho, e que teria recebido em pagamento por drogas. Outras duas pessoas foram presas ao se rastrear o celular. Na quebra de sigilo telefônico, a Polícia chegou até uma mulher, a última pessoa a falar com Sebastião. Era a mulher de 28 anos, que agenciava mulheres com quem Sebastião se relacionava. A polícia já tinha informações sobre o envolvimento de um casal, na morte de Sebastião. Presos, o homem e a mulher confessaram o crime e tentaram justificar o assassinato dizendo que Sebastião teria oferecido dinheiro a eles para ter relações com a filha do casal, uma criança de sete anos.
Nas investigações, com as primeiras prisões, a Polícia Civil identificou os cinco envolvidos no crime e fez a prisão de todos. O casal preso ainda tentou, de forma desencontrada, justificar a morte dizendo que Sebastião teria oferecido dinheiro a eles para se relacionar com a filha do casal, uma criança de 7 anos. No entanto, essa versão foi desfeita por outras duas pessoas presas pela polícia. O rapaz de 20 anos, que morava com o casal, em depoimento, disse que todos os envolvidos haviam combinado a morte de Sebastião para vender a caminhonete dele e ficar com o dinheiro. Esse depoimento foi corroborado pelo depoimento do quarto preso, o vizinho do casal, de 61 anos, que foi contatado pelo casal para ajudar no crime, dando fim ao corpo, pelo que receberia R$ 1 mil.
Eles atraíram a vítima, cometeram o crime, desovaram o corpo e esconderam a caminhonete para vende-la mais tarde. Na mesma madrugada, decidiram queimar o corpo para impedir a identificação e tentaram esconder a caminhonete numa região de mata. Porém, sem experiência na direção, acabaram atolando a caminhonete em local visível. Sem poder remover o veículo, decidir atear fogo para eliminar provas.
Durante a madrugada, no entanto, resolveram voltar ao local da desova e por fogo no corpo. A caminhonete, que ficou na casa da mãe, também precisaria ser levada para outro local. No entanto, o homem de 24 anos e o rapaz de 20 não tinham muita experiência na direção, e acabaram atolando o veículo na região da Raposa. Sem condições de conseguir ajuda, decidiram então queimar o veículo na esperança de não serem localizados.
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