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Cesta básica sobe quase 12% em Apucarana e Arapongas

Tomate continua vilão pelo segundo mês seguido com principais altas

Da Redação

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Cesta básica sobe quase 12% em Apucarana e Arapongas
Icone Camera Foto por Sérgio Rodrigo - TNOnline
Escrito por Da Redação
Publicado em 08.03.2022, 08:36:59 Editado em 08.03.2022, 08:36:55
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O preço da cesta básica em Apucarana e em Arapongas, só nos dois primeiros meses desse ano, já subiu quase 12%. E a tendência é de alta. As informações podem ser verificadas a partir do levantamento mensal, divulgado nesta segunda-feira (07), do Núcleo de Conjuntura Econômica e Estudos Regionais (Nucer), do curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Paraná, campus de Apucarana.

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De acordo com o professor e economista Rogério Ribeiro, coordenador do Nucer, responsável pela pesquisa, só considerando os dois primeiros meses do ano, a cesta básica de Apucarana já subiu 11,41% e a de Arapongas, 11,35%.

Embora as cestas básicas nas duas cidades sejam consideradas relativamente baratas, quando comparadas aos preços praticados em capitais, por exemplo, nesse momento, há um cenário macroeconômico que pressiona para cima os preços. “Ano passado tivemos uma inflação acumulada na casa de dez por cento. Mas certamente, se olharmos só o grupo alimentação no domicílio, a inflação pontual acumulada passou dos 20%”, explica.

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Segundo o economista responsável pela pesquisa, quando se observa as commodities, como boi gordo, soja, milho, açúcar, há uma pressão de alta por conta da cotação em dólar no mercado internacional, aliada à desvalorização do Real. “Isso pressiona o custo de vida, de um modo geral, porque estamos falando do poder de compra de nosso dinheiro”, pondera.

Um segundo ponto a pressionar os preços para cima, atualmente, segundo o professor Rogério Ribeiro, é o conflito na Ucrânia e os embargos econômicos, que impactam diretamente nos preços das commodities no mercado internacional. Com base nisso, por exemplo, ele cita que o trigo já subiu, desde a primeira semana de fevereiro, nada menos do 6,5%. O mesmo ocorre com a cotação do porco vivo, que era comercializado a R$ 4,19/kg no dia 1º de fevereiro e já estava em R$ 5,37% na sexta-feira, dia 04 de março, uma variação de 28,2%. O frango resfriado, no mesmo período, ou seja, entre 1º de fevereiro a 04 de março, subiu 12,6%, indo de R$ 5,85 para R$ 6,59. O boi gordo, nos mesmo período, subiu 11,6%.

Rogério Ribeiro explica que a conjuntura internacional faz com que a tendência de alta de preços se mantenha. E pode pressionar ainda mais os preços caso demore muito mais para uma solução da guerra na Ucrânia. “Os embargos econômicos vão continuar pressionando os preços, tanto das commodities quanto dos fertilizantes. Quanto mais tempo demorar, mais os preços devem subir e isso vai pressionar toda a cadeia produtiva e isso vai impactar nos preços das cestas básicas”, avalia.

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Tomate continua vilão pelo segundo mês seguido com principais altas

O tomate continua roubando a cena entre os produtos da cesta básica regional com maiores altas. No levantamento publicado em fevereiro, o tomate subiu 23% em Apucarana e 27% em Arapongas. No levantamento de março, o tomate subiu nada menos do 42% em Apucarana e 16% em Arapongas.

A cesta básica avaliada para o estudo da Unespar é constituída por 13 itens básicos. Em Apucarana, entre os meses de janeiro e fevereiro, o preço da cesta básica local teve um aumento de seu custo na ordem de 4.64%, passando dos R$ 606,04 em janeiro para R$ 634,19 em fevereiro de 2022.

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O Tomate teve aumento de 42,22%. Em seguida aparece a farinha de mandioca (8,31%), café em pó (6,55%), batata (5,97%), feijão (4,08%), óleo de soja (3.48%), banana prata (2,09%), pão francês (1,11%), carne bovina (0,65%), açúcar (0,55%) e o leite (0,38%).

Os itens que apresentaram reduções de preços foram o arroz (-0,55%) e a manteiga (-2,36%).

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Conforme o levantamento mensal da Unespar, o valor para a Cesta Básica regional equivale atualmente a 52,3% do valor do salário mínimo nominal de janeiro, que é de R$ 1.212,00 mensais.

Já o salário mínimo necessário para os trabalhadores da região, com base nos critérios metodológicos da pesquisa realizada pela universidade, ficou estimado em R$ 4.090,97.

Considerando o custo atual da Cesta Básica o tempo de trabalho necessário para que um trabalhador remunerado pelo salário mínimo vigente na região, na data da coleta dos dados, consiga comprar a referida cesta ficou equivalente a 115 horas e 7 minutos, contra 110 horas do mês anterior.

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CESTA BÁSICA EM ARAPONGAS

No caso de Arapongas, também objeto de estudos mensais da Unespar, entre os meses de janeiro e fevereiro de 2022, o preço da Cesta Básica local apresentou um aumento de 3,61%, passando dos R$ 657,98 de janeiro para R$ 681,71 em fevereiro de 2022.

Os itens que tiveram aumentos de preços foram: tomate (16,08%), banana prata (15,20%), batata (14,29%), café em pó (3,69%), óleo de soja (3,61%), feijão (1,69%), arroz (1,31%), farinha de mandioca (0,84%) e manteiga (0,12%). O preço do pão francês de manteve estável no mês de fevereiro.

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Os itens que apresentaram reduções de preços foram a carne bovina (-0,43%), leite (-2,35%) e açúcar (-2,87%).

O valor analisado para a Cesta Básica regional, em Arapongas, equivale a 56,2% do valor do salário mínimo nominal de fevereiro, que é de R$ 1.212,00 mensais. O salário mínimo necessário para os trabalhadores da região de Arapongas, com base nos critérios metodológicos da pesquisa, ficou estimado em R$ 4.397,50.

Com base neste valor da cesta básica, o estudo da Unespar conclui que um trabalhador que recebe o salário mínimo nominal de R$1.212,00, para adquirir a cesta básica de alimentos, teria de dispender 123 horas e 45 minutos de trabalho para este fim.

Alta faz consumidor comprar menos

O contínuo aumento nos preços dos principais produtos da alimentação já está mudando o comportamento do consumidor. A vendedora de Apucarana Thais Naiara dos Santos conta que cada vez que vai ao mercado, os preços estão mais altos, o que já fez com que ela diminua o consumo de alguns produtos. “Percebo um aumento crescente, principalmente de frutas e das carnes. Por conta disso, a gente acaba comprando menos”, revela.

A cabeleireira Conceição Valim também diminuiu o consumo de algumas frutas e do tomate, que segundo ela, estão com preços muito altos. “Por se tratar de alimento, não dá para deixar de comprar, então o que dá pra fazer é acabar comprando menos”, diz.A professora aposentada Sandra Libardi também está comprando menos produtos. “Estou impressionada com os preços das carnes, do arroz e principalmente das frutas e legumes. Na tentativa de economizar, acabo comprando menos ou substituindo alguns alimentos”, afirmou

Texto, Claudemir Hauptmann/ colaborou, Aline Andrade

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