Aparecida Campos, de 60 anos, e os familiares, ainda não se recuperaram do susto que viveram no final de semana em Apucarana, no norte do Paraná. A mel, cachorrinha da família, foi devorada por um cão da raça Pitbull. Ela pede mais responsabilidade dos tutores.
"É muito difícil falar, reviver os momentos que foram traumatizantes, vemos na TV esses ataques, mas nunca pensamos que iria aconteceu com a gente, não tivemos força para nada, uma fúria tão grande, as pessoas tentaram ajudar, para que ele soltasse a nossa mel, mas em 10 minutos ele matou e devorou nossa mel, nunca vi algo parecido em minha vida, ele comeu praticamente nosso cão inteiro", relembra. Veja o momento do ataque:
Aparecida pede mais responsabilidades aos tutores. "E se fosse uma criança? eu tenho uma neta de 4 anos, tenho uma outra cachorra pequena e agora estou com medo de descer para caminhar com ela. Não desejamos isso para ninguém, então é preciso fazer alguma coisa, os tutores precisam ter mais responsabilidade, deixar preso, cuidar para não fugir, lamentamos muito tudo que aconteceu", finaliza.
Dona do Pitbull alega que o cão não sofre maus-tratos:
A dona do Pitbull, de 24 anos, vendedora apucaranense, que prefere não se identificar, contou que mora perto de onde o ataque aconteceu e que ficou surpresa ao saber que o cão, carinhosamente chamado de Zairon, devorou a cachorrinha e nega que ele sofre maus-tratos.
“Eu e meu marido saímos cedo no sábado, por volta das 7h40, não sei como, o meu portão estava fechado, mas meu cachorro acabou escapando. Meu marido trabalha na Avenida Minas Gerais, quando uma pessoa conhecida se aproximou e perguntou se ele estava sabendo da briga em cães, essa pessoa repassou características do cão e na hora meu marido sabia que era o nosso e foi lá no local”, explica.
A mulher disse que o homem ficou com medo de se apresentar como dono do Pitbull. “O pessoal que estava acompanhando a briga dos cães, disse que tinha uma pessoa com faca, que iria matar o Pitbull, meu marido ficou com medo, só pegou o cão e levou para casa, sem falar que era o dono”.
A vendedora nega que o cão tenha maus-tratos. “Eu tenho dois filhos, de 8 e 4 anos e eles se dão super bem com o Zairon, mas realmente ele tem problemas quando encontra outros animais, mas ele é dócil, brinca com meus filhos, fica no quintal de casa, às vezes nem late. Eu dou ração certinho, quando saímos para passear com ele, usamos focinheira, para nós foi uma surpresa tudo isso que aconteceu”, detalha.
A apucaranense contou que adotou o Pitbull e que vai procurar a delegacia. “Ele ainda é filhote, tem uns nove meses, um homem encontrou ele abandonado, bem maltratado, nós adotamos e ele está há uns dois meses vivendo com a minha família. Vou procurar a delegacia para prestar os esclarecimentos e estou à disposição da outra família, já tentei contato para pedir desculpas ou para oferecer algum outro tipo de ajuda”, finaliza. Assista a entrevista com Aparecida:
Adestradores consideram caso de pitbull “incomum”
A agressividade de um cão pitbull gerou perplexidade no último sábado (23) em Apucarana. O animal fugiu de casa e depois atacou outro cachorro vira-lata na rua. O pitbull comeu o “cãozinho” e ainda feriu um homem que tentou separar os cachorros. O caso foi registrado na Avenida Minas Gerais. Adestradores ouvidos pela Tribuna afirmam que o comportamento do animal “não é natural” e consideram o caso “incomum”.
O ataque do pitbull ocorreu em frente a um prédio comercial com um apartamento na sobreloja. Um rapaz foi deixar a cachorrinha com a mãe que mora no endereço, porque iria viajar. Um amigo dele desceu até a rua com a cachorrinha para que ela pudesse fazer suas necessidades. Foi quando o pitbull fez o ataque. O animal foi recolhido na sequência pelos donos em uma moto.
Há dez anos atuando na área, o adestrador Adriano Martins afirma que o comportamento deste pitbull é “antinatural”. Ele disse nunca ter ouvido falar de um ataque em que um cão come o outro. “Brigas entre cães são comuns. Quando uma raça é maior que a outra, as mortes acabam ocorrendo em uma briga, mas matar e depois comer eu nunca tinha visto”, afirma.
Relembre o caso:
A Polícia Militar (PM) de Apucarana foi acionada na manhã de sábado, 23/4, para atender a uma ocorrência envolvendo um ataque de um cão da raça Pit Bull. De acordo com as vítimas, o animal atacou e comeu outro cachorro e ainda feriu um homem que tentou socorrer o animal.
A situação ocorreu em frente a um prédio comercial com apartamento sobreloja na Avenida Minas Gerais. Um rapaz, que se preparava para sair de viagem com um amigo com destino a Santa Catarina, foi deixar sua cachorrinha no apartamento da mãe, para que ela cuidasse do animal durante o período da viagem. Enquanto ele terminava de se preparar para a viagem, o amigo desceu até a rua com a cachorrinha para que ela pudesse fazer suas necessidades.
Neste momento, um cachorro da raça Pit Bull que estava solto na rua atacou a cachorrinha. O homem, na tentativa de tentar salvar o animal do amigo, também foi atacado e teve um corte na mão. Após atacar e matar a cachorrinha, o Pit Bull a devorou, em poucos minutos, segundo testemunhas que presenciaram toda a situação.
Uma ambulância do Siate do Corpo de Bombeiros foi acionada para atender o rapaz que ficou ferido. Ele precisou ser encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para receber atendimento médico.
De acordo com as vítimas, logo após a confusão, um casal em uma moto, que suspostamente seriam donos do cachorro, conseguiu arrastar o animal utilizando uma corda. Eles foram embora do local, sem se responsabilizar pelo ocorrido.
Segundo a moradora do apartamento onde estava a cachorrinha que foi morta, Aparecida Campos, de 60 anos, toda a família está em choque com tudo o que ocorreu e extremamente tristes com a perda da cachorrinha de estimação. Ela conta que tem uma neta de 4 anos, que sempre desce com ela até a frente do prédio, e agora, teme pela vida da menina.
"A gente fica muito tenso pela perda da cachorrinha que era o bebê da casa, mas eu temo pela vida da minha netinha de 4 anos, que sempre desce comigo aqui para dar um passeio. E se fosse uma criança? E a gente foi atrás desse casal que veio buscar o cachorro e eles fugiram, tentamos seguir de carro, descobrimos quem são as pessoas, e eles negaram. Isso tudo é muito triste, foi a nossa cachorrinha, mas e se fosse uma criança? E se fosse uma pessoa? É uma falta de responsabilidade muito grande a pessoa ter um cachorro dessa raça, acontecer um acidente desse e o dono não se interessar, fingir que nada aconteceu. Isso pode acontecer de novo, poderia ter sido uma pessoa gente", disse Aparecida.
A família vítima do ataque, registrou o boletim de ocorrência pela PM e deve acionar também a Polícia Civil.
"Vamos buscar imagens das câmeras de segurança aqui da rua, temos fotos do animal lá na casa onde fomos atrás dos donos, vamos acionar na justiça sim, porque pode acontecer uma coisa muito pior. Nós já perdemos nossa cachorrinha, estamos lamentando, chorando, mas é algo que pode acontecer de novo, por isso, não podemos deixar assim", finalizou Aparecida.
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