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Câmara reabre polêmica sobre rua dividindo a Praça do Redondo

Vereador apresentou requerimento questionando possibilidade e necessidade de mudanças; município pondera que rotatória é fundamental no trânsito

Da Redação

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Situação da Praça do Redondo gera polêmica há anos em Apucarana
Icone Camera Foto por Arquivo/TN
Situação da Praça do Redondo gera polêmica há anos em Apucarana
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.03.2023, 18:14:20 Editado em 22.03.2023, 14:37:12
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Uma proposta antiga – e polêmica – voltou à pauta da Câmara de Vereadores de Apucarana na sessão da última segunda-feira (20): a abertura de uma rua dividindo a Praça Interventor Manoel Ribas. O assunto foi retomado pelo vereador Tiago Cordeiro (MDB), que apresentou requerimento questionando essa alternativa para resolver os problemas da Praça do Redondo, como é conhecida.

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O espaço público localizado na área central da cidade é alvo de reclamações de comerciantes, moradores e lideranças há vários anos, principalmente por conta da insegurança, sujeira deixada pelas andorinhas e falta de uso prático do local. Inúmeros debates já ocorreram sobre essa praça histórica, que já figurava no projeto urbanístico de 1936 da Companhia de Terras Norte do Paraná, colonizadora do município. A Prefeitura realizou inúmeras intervenções nos últimos anos, mas os protestos continuam.

“Existe a possibilidade de ser feita a abertura da Praça Interventor Manoel Ribas (Praça do Redondo) e a criação de um novo e moderno plano urbanístico, fazendo com que as avenidas Curitiba e Corifeu de Azevedo Marques passem pelo meio da referida praça?”, questionou o vereador no requerimento, que foi aprovado por unanimidade pelos colegas. A sugestão reavivou o ânimo dos colegas de plenário para o assunto.

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Em 2017, a Câmara já havia sido palco de uma reunião entre comerciantes, moradores e autoridades municipais para debater a Praça do Redondo. A preocupação era exatamente a mesma de hoje, principalmente em relação à presença de andarilhos. “Recebo muitas reclamações com relação à situação atual da Praça do Redondo. É um local que muitas pessoas evitam passar”, justifica Tiago Cordeiro.

O vereador afirma que o requerimento visa justamente provocar uma discussão e reabrir o debate. “Temos que ver a viabilidade de se fazer um estudo, ou de abertura da rua - que seria o mais correto na minha opinião-, ou de um projeto urbanístico daquela praça, que não pode ficar do jeito que está”, discursou no plenário.

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Segundo ele, a abertura da rua ajudaria também no desenvolvimento da região da Barra Funda. “A gente precisa entender que a região da Barra Funda tem empresas, comércio, gera emprego e renda. Precisamos ter um olhar para aquela região”, diz.

O assunto gerou engajamento dos vereadores, que concordaram com a importância de um projeto novo no local. “Realmente é uma necessidade. A Praça do Redondo, da forma que está, a gente não vê sendo frequentada pelas famílias. A ideia da abertura da praça é uma saída ou, de repente, abrir a praça nas laterais, criar estacionamento ou fazer um calçadão”, sugeriu o vereador Mauro Bertoli (União Brasil).

O vereador Moisés Tavares (Cidadania) observou, no entanto, que a discussão sobre o assunto é complexa. “ Discutir a Praça do Redondo significa discutir o trânsito, a segurança, o meio ambiente, urbanismo, as famílias, entre outras situações”, afirmou. Ele observou ainda que, antes de praça, o local é uma rotatória e tem uma função importante para distribuir o trânsito.

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Os comerciantes da região também estão insatisfeitos. Muitos não querem mais se manifestar após anos e anos de reclamações. Carlos Gasparini, que tem um estabelecimento comercial nas proximidades, aceitou falar. Ele não concorda com a ideia de repartir a praça, mas defende que o local precisa de uma revitalização para que volte a ser frequentado pela população.

"Estamos vivendo com medo dos moradores de ruas e dos usuários de drogas", diz. Ele cita que "crianças e adolescentes" fazem "uso descontrolado de bebida alcoólica" aos sábados no local. "Já reclamamos com o Conselho Tutelar, mais não tem o que ser feito", comenta.

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PREFEITURA

Procurado pela Tribuna, Carlos Mendes, diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan), também destacou a questão técnica. “A Praça do Redondo tem uma função. É uma rotatória que distribui o trânsito naquela região”, diz, assinalando que uma eventual abertura de uma rua não é uma alternativa, em um primeiro momento, viável.

Ele cita como exemplo a Praça Duque de Caxias, junto à Rua Padre Severino Cerutti, nas imediações do Colégio São José. “Naquela praça, fizemos o movimento inverso: retiramos a rua do meio e construímos uma rotatória. Essa intervenção, reconhecidamente, melhorou o trânsito naquela região da cidade”, pondera.

Carlos Mendes, por outro lado, destaca a importância da discussão sobre o assunto para um eventual projeto de remodelação. No entanto, ele observa que o local já passou por inúmeras intervenções recentes. “Todas as ideias dos vereadores são bem-vindas. As alternativas precisam ser estudadas, desde a questão da ampliação do estacionamento ou da criação de um espaço gourmet no local. É uma praça grande, com uma função definida”, completa.

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HISTÓRIA

A Praça Interventor Manoel Ribas é histórica em Apucarana. Já estava prevista na planta original da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), que colonizou o município. Foi elaborada pelo engenheiro agrimensor russo Alexandre Razgulaeff ainda em 1936.

Batizada originalmente de Praça Platina, em homenagem ao município de Santo Antônio da Platina, recebeu o nome de Praça Interventor Manoel Ribas em 1948, quando foi sancionada a lei nº 13 pelo então prefeito Carlos Massaretto.

Nos primeiros anos do município, a praça era um grande descampado, sem nenhuma infraestrutura urbana. Por isso, o local era escolhido com frequência para armação de lonas de circos que vinham se instalar na cidade ou para concentrações cívicas.

A situação mudou quando o primeiro prefeito Luiz José dos Santos voltou à Prefeitura, eleito em 1951 pelo voto popular. Uma de suas principais obras foi a reforma da Praça Manoel Ribas, em 1952. O projeto urbanístico foi de autoria do engenheiro Osvaldo Octávio Pereira e a construção coube ao empreiteiro Jaroslau Maistrovicz.

A principal atração da obra foi a instalação de uma fonte luminosa, que foi uma das grandes novidades da época e elevou o local a principal ponto de visitação e turístico de Apucarana por vários anos.

Desde o início, o logradouro foi conhecido como “Redondo” e depois como “Praça do Redondo” por conta do seu formato em forma de círculo. O apelido até hoje é utilizado pela maioria dos apucaranenses para se referir ao local.

A Praça Manoel Ribas passou por inúmeras obras de revitalização ao longo dos anos, que alteraram consideravelmente suas características originais.

Por Fernando Klein

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