O aumento de casos de dengue e a possibilidade de ocorrer uma nova epidemia da doença como no ano passado foi o principal assunto discutido na sessão ordinária desta segunda-feira da Câmara de Apucarana. Além do avanço da doença, vereadores temem falta de insumos para tratamento dos infectados.
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A situação da dengue no município foi explanada na sessão pelo coordenador da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Luciano Simplício Sobrinho, e pelo supervisor da Divisão de Endemias e Controle Vetorial, Pablo Alfredo Saito, ambos da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana (AMS). Eles fizeram um relato sobre a situação no município e no Paraná e das ações preventivas que vêm sendo adotadas pela autarquia.
De acordo com relatório, no novo período epidemiológico de 2024/2025, iniciado em julho, Apucarana já tem 539 casos notificados e 12 confirmados. Cidades vizinhas também têm registrado avanço dos casos, como Jandaia do Sul, com 105 notificados e 3 confirmados; Arapongas, com 121 confirmados e 14 confirmados; e Mandaguari, com 174 casos notificados e 58 confirmados.
“Há previsão que esse ciclo da dengue venha a ser igual ou pior que o do ano passado e isso causa muita preocupação”, afirmou Luciano Simplício, assinalando que Apucarana, embora ainda esteja num risco climático médio, está se aproximando da região de Maringá, onde o risco climático é muito alto para aumento do número de casos.
Ele explicou que há uma relação entre clima, comportamento do mosquito e a seleção natural do vírus e essa questão deve ser levada em conta na observação da doença. Outra preocupação é a circulação do sorotipo viral. No ano passado a cidade teve a circulação do soro tipo 1, quando 18 mil pessoas foram infectadas. Este ano já está em circulação o soro tipo 2 e em cidades ao redor de Apucarana o soro tipo 3. “Isso impacta muito para a saúde pública do município, uma vez que quem já teve soro tipo 1 pode ter o soro tipo 2 ou 3 na forma de dengue mais grave. Se gravar poderemos ter um número de casos menor, porém com pessoas em situação mais grave ainda”, alertou.
Luciano Simplício defendeu a necessidade de todos os segmentos da sociedade estarem engajados nesta luta e a população também seja conscientizada.
O presidente da Câmara, Luciano Molina (Agir), também defendeu que a população faça sua parte. “De nada adianta o trabalho da saúde pública se a população não se conscientizar, todos somos responsáveis”, disse.
O vereador Moisés Tavares fez uma série de questionamentos sobre recursos humanos, estrutura e oferta de insumos para enfrentamento da situação. Todos os questionamentos, no entanto, serão feitos por escrito através de requerimento a autarquia de saúde.
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