A apucaranense Vera Aparecida Fornaciari Bernardes, de 62 anos, enxergou uma oportunidade onde a maioria das pessoas só via mato e criou uma cafeteria rural que vem chamando atenção na cidade. Apesar do cenário campestre, ela aposta no requinte das louças e no refinamento na elaboração nas iguarias servidas para conquistar a clientela. Veja reportagem em vídeo abaixo
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Depois de construir uma carreira sólida como redatora publicitária para a televisão, Vera e o marido Mário Sérgio Bernardes, de 67 anos, que também é publicitário e foi diretor de TV, decidiram buscar uma vida mais tranquila em um sítio no município.
Vera, que é natural de Apucarana, voltou para a cidade após uma ausência de 40 anos, quando construiu uma carreira de sucesso e formou sua família, que inclui também um filho. Ela e o marido trabalharam em vários lugares, mas foi em Uberlândia (MG) que viveram por mais tempo.
Depois de um período de aposentadoria no sítio, ela olhou para o belo cenário rural da propriedade e pensou em compartilhar as belezas naturais com visitantes e também o requinte do seu acervo de louças, além, é claro, de garantir uma renda extra sempre bem-vinda.
Assim, ela decidiu criar, em 2020, a “Varandinha Encantada”. A cafeteria rural fica localizada no sítio do casal, na Rodovia do Milho, próximo ao Distrito do Pirapó. O ambiente oferece um turismo de experiência e atende por meio de agendamento. O espaço oferta um café repleto de iguarias frescas preparadas artesanalmente e servidas em louças ornamentais.
Vera afirma que o espaço tem “a cara dela”. “Embora eu soubesse que, sem querer, estava criando um projeto com a minha cara, difícil de imitar, devido ao enorme e requintado acervo pessoal - investimento alto e de baixo retorno pelo intimismo - originalidade da paisagem e, principalmente, pelas crônicas - a maior surpresa que eu tive foi quando algumas pessoas focadas na área começaram a me chamar de " rainha da mesa posta"”, conta, orgulhosa.
Vera revela que a ideia surgiu repentinamente no meio da semana, no início da pandemia. No outro final de semana, já estava recebendo os primeiros convidados. Ela conta que pediu a Jesus uma ideia e uma direção a seguir. “Jesus, eu preciso de uma ideia, mas tem que ser aqui, neste lugar lindo," revela.
Vera afirma que os familiares destacaram a coragem dela em abrir o negócio, mas também vieram alguns questionamentos. “Nós não conseguimos ver a beleza que você vê neste lugar”, chegaram a dizer. “Então, isso é uma questão de sensibilidade. Quando eu postava as fotos daqui as pessoas queriam vir e ver a beleza do sítio”, pondera.
No sítio, ela vive com o marido e a mãe. “Quando viemos para o sítio, não tínhamos ideia de montar nada. Aqui é muito sossegado e eu comecei a sentir falta do nosso padrão de vida anterior”, admite. Ela já tinha atuado depois de se aposentar na área de alimentação, administrando uma sorveteria em Uberlância. “Nem queria trabalhar com alimentação novamente, mas no final não teve jeito. É o que realmente faço sem fazer força. Até brinquei e falei para o meu marido: 'Não fala nada, só me apoia'", disse.
A “Varandinha Encantada” já faz parte do roteiro de turismo rural em Apucarana. O lugar, segundo a proprietária, tem como objetivo oferecer uma experiência maior do que apenas comer e beber. O café rural tem como proposta resgatar o prazer à mesa através dos sentidos, despertando memórias afetivas.
"Eu viajava muito, eu tinha muitas louças e sempre fui uma mulher muito amorosa com a minha casa, com meu marido e com meu filho. Eu sempre gostei de enfeitar e arrumar o café do domingo de manhã; eu começava a preparar na sexta”, afirma.
Vera conta que o marido é muito parceiro dela e participa ativamente do café rural, mas quem põe a mão na "massa" é ela mesma. "Meu marido é muito companheiro, mas diz que a 'Varandinha' é invenção minha. Ele me apoia desde o começo e me dá muitos conselhos" explicou.
A empreendedora deixa um importante conselho para quem quer empreender: "Apenas comece, essa é a melhor frase. Deixe o medo de lado, comece com a sua ideia, comece com o que você tem e acabou”, completa.
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Por Lis Kato
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