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Café de Apucarana está mais perto de obter indicação geográfica

Iniciativa conta com o incentivo da prefeitura e mobiliza cafeicultores para obtenção do selo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.08.2023, 16:32:22 Editado em 23.08.2023, 16:37:22
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O município de Apucarana, no norte do Paraná, está em processo de registro da Indicação Geográfica (IG) do café. O selo é conferido pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) a produtos que apresentam qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer. E de acordo com o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura de Apucarana, André Maller, são exatamente essas as características encontradas no município. Assista o vídeo no fim do texto.

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Maller afirma que o diagnóstico inicial comprovou que Apucarana tem as condições propícias para produção de uma bebida especial como clima, altitude e solo adequados. “Apucarana tem condições para a produção de café de qualidade única, com um 'terroir' que só há na nossa região”, reitera. O engenheiro agrónomo explica, entretanto, que o processo avançou, mas ainda não terminou. Segundo ele, será necessário cumprir um protocolo com 10 reuniões até a obtenção do selo.

O presidente da Associação dos Cafeicultores de Apucarana Carlos Bovo destaca que a patente vai aumentar o valor do café para o produtor, além de blindar o produto, impedindo que outras pessoas usem o nome da cidade para divulgar produtos cultivados em outras regiões. “Além do solo altitude e clima, nosso café é um dos melhores cafés do mundo. Temos um café especial, com notas florais, sabor achocolatado, características que renderam vários prêmios aos nossos cafeicultores. Então Apucarana é sempre premiada entre as quatro regiões do Café Qualidade Paraná”, afirma.

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- LEIA MAIS: Após 48 anos da 'geada negra', Apucarana segue apoiando a cafeicultura

Além valorizar os produtos locais, preservando a tradição na produção cafeeira, o selo também vai fomentar o turismo, afirma o cafeicultor Alexandro Volpato. Ele cita como exemplo o município de São Mateus do Sul, no sul do estado, que recebeu IG da erva-mate e atualmente promove roteiros turísticos para os amantes da bebida. O passeio inclui gastronomia e visitas a atrações turísticas e históricas ligadas à produção da erva na região.

“Tivemos uma reunião em São Mateus do Sul. Todas as lanchonetes e restaurantes se readequaram e criaram produtos derivados da erva-mate. É algo que podemos implantar aqui também com o café”, enfatiza.

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Segundo ele a primeira reunião para obtenção do selo acontece em 21 de setembro. Segundo a Secretaria de Agricultura são 232 produtores de café no município com 1.097 hectares plantados.

TRADIÇÃO

O cafeicultor Valdemar Volpato está entre os produtores que estão na expectativa pela conquista da IG. Atualmente ele cultiva 30 mil pés de café que produzem, em média, 100 sacas por ano de um café muito especial. Segundo ele, para produzir uma bebida com qualidade elevada são necessários outros fatores além clima e solo propícios para a produção. O agricultor revela que a colheita e a secagem também são pontos importantes. Na sua propriedade, os grãos de café são colhidos manualmente com o uso de um pano, sem contato com as mãos. Volpato destaca que outro ponto é secar de maneira mais natural possível, para não danificar o grão. Na propriedade ele faz uso de um secador com calor indireto.

Quando o assunto é café, Valdemar fala com orgulho. O cultivo é uma tradição familiar que começou lá atrás quando seu avô Natal Volpato chegou da Itália para trabalhar como porcenteiro nos cafezais em Jaú, no estado de São Paulo. Em 1937, ele se mudou para Arapongas onde comprou uma fazenda que chegou a ter 80 alqueires de café em tempos áureos. “Nasci embaixo do pé de café. Trabalhar com o café vem desde nascença”, afirma.

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Apesar da paixão pela cultura, Volpato lamenta sobre as dificuldades que os pequenos produtores enfrentam, como a falta de mão de obra especializada para trabalhar no campo. “Hoje se tornou muito difícil. Na roça está ficando muito pouca gente então tem que adquirir máquinas para trabalhar. Uns morreram e a molecada mais nova está estudando e segundo outro caminho. Então ficou muito difícil encontrar gente para trabalhar na roça. Tem que ser agricultura familiar, só a família vai tocar aquele pouquinho. Não tem como abraçar o mundo”, afirma.

E sem mão de obra, os pequenos produtores contam com o apoio da Cooperativa dos Cafeicultores do Pirapó que dá suporte na preparação da terra para o plantio, com maquinários. “Hoje temos 250 famílias na nossa cooperativa que recebem o apoio. Isso é feito para alavancar a cafeicultura local”, salienta o presidente da cooperativa Nilton Fornaciari.

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PROGRAMA TERRA FORTE

Segundo o engenheiro agrônomo André Maller, um dos incentivos à cafeicultura ocorre por meio do programa Terra Forte que consiste no fornecimento de mudas e/ou corretivos de solo aos produtores rurais participantes por um preço reduzido.

“A prefeitura reduz o custo de produção do produtor rural, principalmente na fase de implantação dos cafezais. O maior custo de implantação é a muda. No mercado o preço estava em R$ 1,6 e pode a chegar a R$ 2 e dependendo da qualidade da muda R$ 2,5. A prefeitura de Apucarana, por meio da gestão do prefeito Junior da Femac, promove a venda das mudas a um preço subsidiado a R$ 0,28 a muda. Na verdade, esse valor pode ser reajustado e equivale a três unidades fiscais do município o milheiro.

Além disso, a prefeitura também oferece orientação técnica para implantação de novos cafezais. “Nós estamos realizando um trabalho muito bom de assistência técnica ao produto para que esses novos cafezais sejam implantados com a perspectiva de durar pelo menos 18 anos”, afirma.

Em março deste ano, a prefeitura fez a entrega de 300 mudas de café aos produtores, por meio do programa. O número é o dobro do que foi entregue no ano passado.

Assista o vídeo:

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