Em entrevista exclusiva ao site TNOnline, o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, faz uma avaliação dos trabalhos da sua Pasta durante o período da pandemia da Covid-19. Ele considera que a chegada do coronavírus, no início de 2020, e as muitas mortes ocorridas deixaram marcas negativas históricas, mas que no Paraná não faltou esforço do governo Ratinho Junior (PSD), através da Secretaria da Saúde, em fazer tudo que seria possível para salvar as vidas dos paranaenses.
De outro lado, Beto Preto reclama da polêmica que se formou em torno da vacinação ou não de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Isto em função de o governo federal, a princípio, achar desnecessária a vacinação desta faixa etária e, depois, permitir desde que com autorização dos pais e com prescrição médica. Depois de tanta polêmica, o governo acabou autorizando a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no Plano Operacional da Vacina contra Covid-19m a partir de janeiro.
“Não devemos ideologizar essa discussão, não devemos partidarizar a vacina. Essa discussão não é partidária, essa discussão é da saúde”, afirma Beto Preto. Ele destaca a importância de vacinar as crianças e que confia plenamente no imunizante da Pfizer. “Vacinar as crianças é fundamental. Não tem teste em crianças, a Pfizer não é um laboratório de fundo de quintal, é um laboratório reconhecido internacionalmente. No Paraná nenhuma criança será vacinada sem autorização dos pais, eu tenho meus filhos de 11 anos e estou ansioso pela vacinação”, diz.
De acordo com o secretário, mais de duas mil crianças e adolescentes, em um ano e meio de pandemia, morreram no Paraná por causa da doença. “O sarampo voltou depois de 20 anos por causa de furo na vacinação e, assim, em três anos o sarampo já matou 20 pessoas no Paraná”, informa, citando que de um ano e meio para cá a pandemia também já matou 2.500 crianças e adolescentes.
“Não estamos brincando de fazer gestão, a decisão de vacinar esse público é embasada em opiniões científicas, por médicos e especialistas. Ninguém quer colocar a vida de ninguém em risco. Vamos continuar vacinando em 2022, porque nosso foco é a vacina, além dos devidos cuidados que devem continuar sendo mantidos. A pandemia não acabou, apenas estamos vencendo batalhas”, destaca.
Nova variante chega e deixa paranaenses em estado de alerta
Sobre a Ômicron, Beto Preto afirma que a nova variante da Covid-19 já está no Paraná. “Na minha opinião de médico, a variante já está no Paraná, não está registrada oficialmente em casos, mas somos vizinhos de São Paulo. Já passamos pela variante Delta, pela Inglesa e cepa P1 amazônica. Iríamos liberar a máscara em ambientes abertos no dia 15 deste mês, porém a variante Ômicron fez rever essa decisão. Ainda não temos data, nem prazo para liberar o uso da máscara, vamos aguardar um pouco mais e reforço a importância da vacinação para passar por isso tudo”, completa.
Ondas de Covid causaram grande preocupação
Para Beto Preto, 2021 foi um ano marcado por tomadas de decisões na Secretaria de Saúde. Ele diz que as três ondas de Covid marcaram muito a gestão pública e que a falta de medicamentos para pacientes em UTIs preocupou muito o governo de Ratinho Junior. “Em 2020 fomos colocados à prova e em 2021 tivemos um quadro mais grave da pandemia. Foram três ondas, e o ano foi marcado por tomadas de decisões, às vezes várias decisões tomadas no mesmo dia. Eu, inclusive, estou até anotando esses relatos para escrever essa experiência em livro, poroque eu era prefeito em Apucarana e depois fui para a secretaria. Nunca em sã consciência, nesses 27 anos de médico formado, poderia pensar em passar por algo como passamos. Tivemos que expandir leitos, quando faltou respirador conseguimos comprar, quando faltou monitores conseguimos comprar, mas talvez o momento mais dramático foi a falta de medicamentos”, lembra.
Segundo Beto Preto, no Paraná havia cinco mil pessoas internadas em UTIs, sedadas, entubadas no SUS e particulares, e não tinha medicamentos para dali três dias, foram momentos dramáticos. “Quando tudo parecia equilibrado, faltavam médicos, profissionais da área. Tivemos que ‘trocar o pneu com o carro andando’, fomos aprendendo, sem perder a serenidade. Vemos que estamos terminando 2021 de uma forma melhor que começamos, mas com essa cicatriz por passar por esse momento tão difícil que foi a terceira onda da Covid. Por isso ressalto a importância da vacinação e ficar longe das Fake News.
Para secretário, não é hora de discutir candidatura
Sobre as eleições de 2022, e da possibilidade de sair candidato a deputado federal, Beto Preto explica que não tem, nesse momento, pretensão de outros cargos públicos, fora o que já ocupa hoje, mas que vê a necessidade de Apucarana ter representantes na Assembleia Legislativa do Paraná e na Câmara Federal.
“Sou grato aos comentários que existem em Apucarana em torno do meu nome. Vejo a necessidade do município ser representado na Câmara Federal e Assembleia. Apucarana perdeu muito ao longo do tempo por não eleger ninguém, mas essa discussão ainda está muito madura”, avalia. “Antes que qualquer decisão, sou um cidadão e médico, estamos no meio de uma pandemia, não dá simplesmente para encerrar aqui e começar ali. Eu faço parte de um time, que é do governador Ratinho Junior, que vem realizando um trabalho excepcional. Se acontecer uma quarta onda da Covid, se a situação piorar, meu dever é cuidar dos pacientes. Enquanto médico não posso abandonar meus pacientes. No momento oportuno vamos falar dessa possibilidade, mas neste momento eu não vislumbro nenhum outro cargo, a não ser cuidar da saúde dos paranaenses, orientar sobre a vacina, continuar cuidando da saúde da população. Que possamos ter um 2022 muito melhor. Que Deus abençoe cada um de nós”, finaliza.
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