Os casos confirmados de dengue em Apucarana aumentam a cada semana no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). As unidades de saúde, por conta disso, recebem pacientes reclamando dos mesmos sintomas: febre alta, dores musculares e articulares, entre outros. Contudo, algumas pessoas não conseguem se livrar rápido desses problemas, que em determinados casos se agravam.
De acordo com a médica do Hospital da Providência, de Apucarana, Gisele Nayara dos Santos, ter sequelas da dengue não é comum, mas pode acontecer e devem ser acompanhadas com atenção. “É normal ter evolução da doença, mas os que evoluem para sequelas são casos isolados. Sendo assim, é importante procurar um serviço de saúde, conversar com um médico, para continuar o tratamento e fazer o exame necessário”, esclarece.
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Durante a evolução da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti, é possível aparecer sintomas como a febre, vômito, diarreia e dor abdominal, que podem ser sinais de agravamento da dengue e costumam aparecer entre o terceiro e quinto dia de infecção, conforme explica Gisele.
“Em situações mais complicadas, pode aparecer problema hepático, em que o vírus acaba causando uma inflamação no fígado, hepatite aguda, um ataque cardíaco, miocardite (distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos), insuficiência cardíaca e casos de encefalite, uma inflamação na região do cérebro”, comentou a médica, alertando a importância de buscar ajuda em casos mais delicados.
Ainda de acordo com Gisele, não há uma quantidade exata de dias para a total recuperação da doença, porém, é comum que em duas semanas o paciente esteja livre dos sintomas. “Isso varia de paciente. O quadro da dengue dura entre 10 e 15 dias. Tem pacientes que ficam por mais uns 10 dias e tem paciente que já se recuperam. Em caso de sequela, alguns pacientes acabam evoluindo por mais uns sete dias de fraqueza, com um pouco de cansaço. Até introduzir a alimentação novamente, tem gente que não consegue andar uma quadra, por exemplo”, disse.
Sintomas de dois meses
O caso da apucaranense Stael Ferreira, 60 anos, é um exemplo de quem não conseguiu se libertar totalmente da dengue. Segundo a secretária, em 18 de janeiro ela realizou um exame, que positivou para a doença. Entretanto, além da maioria dos sintomas demorarem cerca de três semanas para chegarem ao fim, ela ainda reclama da indisposição no corpo.
“Fiquei sentindo muita fraqueza, dor muscular na região das pernas e antebraço, além de escamação nos pés e mãos que ficou bem forte. Eu melhorei, mas a fraqueza permaneceu. Comecei a tomar vitaminas, mas continua. Num dia estou bem e no outro volta a moleza, então sempre faço repouso. Eu voltei ao médico e ele disse que é normal, alguns se recuperam rápido e outros demoram meses”, conta a apucaranense.
Casos em Apucarana
O informe semanal da dengue, divulgado na terça-feira (26) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), registra mais 22.767 casos e 18 óbitos no Estado. Com esta atualização, o Paraná soma agora 135.961 casos e 77 óbitos neste período sazonal (2023/2024).
Dos 18 óbitos confirmados nesta terça, dois são em Apucarana. Agora, o município soma 11 mortes provocadas pela doença. O boletim também trouxe mais 631 casos, elevando o número de confirmações para 13.450. Apucarana é a cidade com mais casos de dengue no Paraná.
Diante da crise epidêmica que vive o município, Apucarana foi incluída entre as 154 cidades que receberão vacina contra a dengue. O público-alvo para essa vacina abrange crianças de 10 a 14 anos.
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