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Apucarana tem predominância do sorotipo 1 da dengue; entenda

Com isso, possibilidade de reinfecção de casos nos pacientes é remota, afirma a AMS; saiba mais

Da Redação

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Apucarana tem 8.991 casos de dengue confirmados
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Apucarana tem 8.991 casos de dengue confirmados
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.03.2024, 16:27:17 Editado em 01.03.2024, 16:59:20
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Com 8.991 casos de dengue confirmados, Apucarana registra predominância do sorotipo 1 da doença (DENV-1). A partir de amostras semanais enviadas ao Laboratório Central do Estado (Lacen), em Curitiba, o município não identificou durante a epidemia os outros três sorotipos do vírus em circulação no Brasil: DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A informação é da Autarquia Municipal de Saúde (AMS).

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Apucarana é a cidade com mais casos de dengue no Paraná, segundo os boletins semanais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). São quatro óbitos provocados pela doença até agora e pelo menos mais 15 em investigação.

-LEIA MAIS: Brasil registra mais de um milhão de casos de dengue em 2024

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Conforme o coordenador do Departamento de Vigilância e Epidemiologia da AMS, Luciano Simplício Sobrinho, Apucarana ampliou o envio, de cinco para dez, do número de exames semanais (RT-PCR) para o Laboratório Central do Estado para identificar os sorotipos. Os resultados demonstram apenas a presença do sorotipo 1 em circulação na cidade até o momento.

Segundo Luciano, a predominância é do sorotipo 1 no Paraná, embora o sorotipo 2 já tenha sido identificado em Ivaiporã e o sorotipo 3 em Cornélio Procópio.

A imunidade total só é gerada após a contaminação por cada sorotipo. A reinfecção de dengue pode agravar os sintomas, com o desenvolvimento da forma grave da doença. Como Apucarana tem a circulação de apenas um sorotipo, segundo Luciano, a possibilidade de reinfecção é remota.

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Ele admite, no entanto, que há informações de reinfecção, mas que é preciso analisar caso a caso, pois não é o padrão. “A pessoa está imune a qualquer sorotipo durante quatro meses após a confirmação do vírus. Por isso, a informação de reinfecção precisa ser avaliada caso a caso para checar se houve realmente uma nova contaminação ou se o caso é de Covid ou ainda consequência da primeira infecção”, explica Luciano.

Ele observa que novos estudos estão sendo realizados por conta do avanço dos casos em todo país. Localmente, ele afirma que os técnicos do Ministério da Saúde, que estiveram nesta semana em Apucarana, se mostraram surpresos com o avanço da doença na cidade, já que o município tem uma boa estrutura de atendimento e controle. “É a primeira vez que Apucarana enfrenta esse cenário de epidemia de dengue como esse”, pondera Luciano.

ENTENDA OS SOROTIPOS

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Os vírus dengue (DENV) estão classificados cientificamente na família Flaviviridae e no gênero Flavivirus. Até o momento são conhecidos quatro sorotipos no Brasil – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 –, que apresentam distintos materiais genéticos (genótipos) e linhagens.

As evidências apontam que o mosquito tenha vindo nos navios que partiam da África com escravos. No Brasil, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista (RR), causada pelos sorotipos 1 e 4. Após quatro anos, em 1986, ocorreram epidemias atingindo o estado do Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo de forma continuada (endêmica), intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas à introdução de novos sorotipos em áreas indenes (sem transmissão) e/ou alteração do sorotipo predominante, acompanhando a expansão do mosquito vetor.

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Aspectos como a urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor, com reflexos na dinâmica de transmissão desses arbovírus. A dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias, principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.

SINTOMAS

A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles podem progredir para formas graves, inclusive virem a óbito. A quase totalidade dos óbitos por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde.

Todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações - dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno. No entanto, após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:

  • · dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
  • · vômitos persistentes;
  • · acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
  • · hipotensão postural e/ou lipotímia;
  • · letargia e/ou irritabilidade;
  • · aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) > 2cm;
  • · sangramento de mucosa; e
  • · aumento progressivo do hematócrito.

Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. No entanto, a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma e hemorragias severas.

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