Mais de 100 moradores de Apucarana, no norte do Paraná, fazem uso de canabidiol para o tratamento de doenças. Os pacientes adquirem o medicamento por meio da Associação Cura em Flor, que oferece assistência a quem necessita da cannabis medicinal e não tem condições de financiar o tratamento. A associação afirma que o número de pacientes que precisam do tratamento é maior, mas muitos não têm acesso devido ao custo alto do medicamento. Nesta quinta-feira (7), a Câmara de Vereadores realiza audiência pública para debater a oferta do medicamento de forma gratuita na rede municipal de saúde.
De acordo com a presidente da Associação Cura em Flor, em Apoio à Cannabis Medicinal, Dalila Almeida Souza, a audiência pública será o primeiro passo para a apresentação do projeto de lei que dá acesso ao óleo de cannabis gratuitamente via Sistema Único de Saúde (SUS).
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“Hoje, a realidade é que são poucas famílias que conseguem o acesso, devido ao valor do remédio e consultas particulares. Por isso, a importância de se criar um projeto desse projeto de lei que, além de dar acesso ao remédio, que possa qualificar os médicos e todos os profissionais da área da saúde”, destaca.
Na opinião de Dalila, é preciso se despir do preconceito para discutir o uso medicinal de canabinoides e derrubar restrições que impedem os pacientes de se beneficiarem com o tratamento de doenças como fibromialgia, ansiedade, insônia, depressão, bruxismo, Alzheimer, mal de Parkinson, dores crônicas, espondilite e crises epiléticas, por exemplo.
“Precisamos quebrar o preconceito e reparar a história da cannabis, que é vista como uma planta do mal, quando, na verdade, é uma planta que tem salvado vidas e dado qualidade de vida para os pacientes, com vários benefícios terapêuticos e para tratamento de diversas patologias”, salienta.
Em três anos de atuação, a Cura em Flor realizou mais de 1 mil atendimentos a pessoas sem condições financeiras de comprar o medicamento ou pagar por uma consulta médica. Em todo o Brasil, são mais de 1,7 milhão de pessoas que fazem uso do medicamento, sendo que 400 mil pacientes estão em tratamento por intermédio de associações.
“Na associação Cura em Flor a grande maioria dos pacientes não conseguem dar continuidade no tratamento devido ao alto custo do remédio e pela falta de acesso aos médicos. Hoje no SUS são poucos médicos que prescrevem canabidiol devido à falta do remédio. Então só quem acaba prescrevendo são os médicos particulares”, comenta a presidente da associação.
Os integrantes da associação e os pacientes estarão na audiência pública marcada para esta quinta-feira (7) às 19 horas na Câmara de Vereadores. A audiência será aberta a toda a comunidade.
Foto por reprodução/Associação Cura em FlorCURA EM FLOR
A Associação Cura em Flor surgiu em 2020 para auxiliar pacientes da comunidade que precisavam de ajuda para obtenção do medicamento. Atualmente a associação conta com oito voluntários ativos, 8 médicos, equipe multiprofissional, terapeutas, psicólogos, farmacêuticas, engenheiros, enfermeira, agrônomo e advogado. “Realizamos acolhimento dos pacientes para e fazemos contato com os médicos para consultas mais acessíveis. Quando o paciente possui baixa renda, fazemos o pagamento da consulta. Também prestamos orientações e informações na área jurídica e realizamos eventos no município e região para levar informações sobre a cannabis medicinal”, destaca.
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