Os carteiros de Apucarana, que trabalham no Centro de Distribuição - (CDD), dos Correios, estão em greve desde as 22 horas, de segunda-feira (17). "A maior parte está em casa, nesta terça-feira (18), pela manhã devido à chuva e paralisados", afirmou o diretor do sindicato da categoria, Fabiano Silvério. A logística do local atende a todo município e segundo a coordenação do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (SintCom-PR), dos 34 profissionais, apenas 04 não aderiram à greve.
"O departamento não está fechado, mas só esses que estão trabalhando, além da coordenação local do Centro de Distribuição. Mas quanto mais forte é o movimento, mais rápido há chances de negociar com os Correios", ponderou Fabiano.
Os carteiros de todo Brasil iniciaram movimento de greve na manhã dessa terça-feira (18). O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (SintCom-PR), confirmou a paralisação, após reunião remota feita na segunda-feira (17), à noite, com a participação dos associados de todo estado. Cerca de mil carteiros participaram da votação e segundo a entidade, mais de 90% disse sim ao movimento.
Segundo os carteiros, há uma tentativa dos Correios para diminuir os salários dos trabalhadores ao equiparar com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e a greve é uma resposta por falta de acordo pela tentativa de suspensão da maioria - (70 de 79), cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “Nós temos benefícios a mais do que está na lei geral e o que foi conquistado ao longo dos anos, a partir de greves e acordos, os Correios querem retirar”, diz o dirigente de Apucarana.
Os Correios
Em nota, os Correios se manifestaram para dizer que não pretendem suprimir direitos dos empregados. Segundo a estatal, a empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações.
Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
"No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional", diz a nota.
A respeito das negociações, a empresa ressalta que desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período - dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Sobre os benefícios
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.
Da Redação
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