Um dia depois da aprovação na Câmara dos Vereadores, da Lei Municipal que cria a Procuradoria da Mulher, a Prefeitura firmou convênios importantes com a Defensoria Pública e com dois departamentos da Faculdade de Apucarana (FAP) para aumentar a rede de proteção à mulher em Apucarana, numa convergência de objetivos: defendê-las, garantir seus direitos e promover sua autonomia financeira.
As mulheres em situação de violência doméstica podem contar com o apoio e orientação do Núcleo de Práticas Jurídicas da FAP e com a Clínica Escola de Psicologia, que trabalham em conjunto com o Centro de Atendimento à Mulher (CAM), da Secretaria da Mulher e Assuntos da Família. Para o diretor da FAP, Lizandro Modesto – presente virtualmente ao encontro por ter contraído o novo coronavírus e estar se restabelecendo -, o envolvimento da faculdade com a sociedade é fundamental e caracteriza uma missão das instituições de ensino superior. “Lutamos pelas mesmas causas, a Prefeitura e a FAP.
Uma instituição de ensino sem envolvimento com a comunidade não tem razão de ser. E o objetivo destes convênios é atender à comunidade de Apucarana”, afirmou. Ele ressaltou ainda que o mês da mulher não poderia ser encerrado de melhor maneira. “Um grande prazer formalizar nossa colaboração em defesa dos direitos da mulher. A representação feminina em nossa faculdade é impressionante: 70% de nossos alunos são mulheres.”
O prefeito Junior da Femac chamou a atenção para a situação da mulher neste momento grave em que a sociedade enfrenta a pandemia. Ele comparou a malignidade do vírus que acomete o mundo com o machismo estrutural. “Nós temos que interromper a reprodução desse vírus chamado machismo, que tenta silenciar a voz das mulheres. São as mulheres que mais estão sofrendo nessa pandemia. Sofrem no aspecto econômico, muitas em situação de dependência financeira. A Prefeitura quer estimular a autonomia da mulher e lutar contra a violência que a atinge. Queremos que as mulheres sejam de igual para igual com os homens. Um exemplo disso está na administração municipal, que tem metade do secretariado constituído por mulheres.”
A vereadora Jossuela Pinheiro falou sobre a aprovação da lei que cria a Procuradoria da Mulher no município. “Indo ao encontro de iniciativas com o mesmo objetivo, a Procuradoria, resolução da Mesa Diretiva da Câmara, visa contribuir para a eliminação dos preconceitos, atitudes e padrões comportamentais na sociedade, que perpetuam a violência contra a mulher. É uma conquista nossa, mulheres de Apucarana. Apenas 24 municípios, dos 399 do Estado, têm uma Procuradoria da Mulher”, falou.
Trabalho exitoso
A qualidade do trabalho desenvolvido pela secretaria da Mulher foi destacada pela defensora pública do Estado do Paraná Renata Miranda Duarte. “É um trabalho de excelência, desenvolvido por uma equipe que tem um empenho diferenciado com a defesa dos direitos da mulher e no acolhimento das mulheres em situação de violência”, disse. “A proteção à mulher, a luta contra discriminação e preconceito, a proteção à família e o posicionamento da mulher em outros papéis institucionais são objetivos que todos temos em comum e esses convênios vêm reforçar nossa disposição”, destacou. “E chegamos ao cerne de nosso problema, que é o machismo estrutural que permeia nossa sociedade.”
Para a secretária Denise Canesin, a pasta empenha todos os esforços para que as mulheres tenham seus direitos respeitados, sejam valorizadas e empoderadas. “A presença desses atores soma à rede de proteção à mulher de que dispomos no município, que tem serviços referência no enfrentamento à violência doméstica”, salientou. “Com o apoio incondicional da Prefeitura, temos uma equipe que se envolve com cada caso que nos chega. E nosso trabalho só vem sendo exitoso porque a sociedade nos abraçou.” Denise disse ainda que as cooperações técnicas e profissionais entre as entidades presentes já são realidade, mas a assinatura dos convênios formaliza a parceria e publiciza o trabalho desenvolvido conjuntamente.
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