"Hoje estou aqui, com toda saúde do mundo graças à família que disse sim e me permitiu renascer. Porque sem esse sim, a doação de órgãos não teria acontecido e eu não estaria aqui para contar minha história”. O depoimento emocionante é da auxiliar de escritório Adriele Bueno Souza Silva, 36 anos que ganhou uma nova chance de vida após um transplante de pulmão. Após se recuperar, Adriele passou a conscientizar sobre a importância da doação de órgãos e neste Setembro Verde, mês da conscientização sobre a causa, será uma das palestrantes do evento promovido no dia 27 pelo Hospital da Providência, em Apucarana.
Natural de Londrina, Adriele recebeu diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar em 2016. A doença genética e progressiva também acometeu a irmã dela, que faleceu aos 25 anos, e uma prima, que também não resistiu. “Minha irmã faleceu com 8 meses de diagnóstico e minha prima com 2 anos de diagnóstico”, lamenta.
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Ela conta que foi um período muito difícil, pois seu prognóstico também era de morte. Contudo, Adriele sempre confiou que alcançaria a cura. Durante o tratamento em São Paulo, ela foi encaminhada para a equipe de transplante e na sequência foi incluída na fila.
Foram dois anos e meio de espera, angústia e progressão da doença que deixou Adriele muito debilitada. “Já não andava mais e usava oxigênio 24 horas por dia. Já estava no limite de todas as medicações e não tinha condição nenhuma de melhora. Minha única esperança era o transplante”, recorda.
E em dezembro de 2019 ela recebeu uma ligação que mudou o seu destino. Adriele foi informada que havia um possível doador e que ela deveria ir até o hospital. “Foi um misto de emoção e medo. Mas deu tudo certo. Fiz a cirurgia”, conta.
Mesmo após o tão esperado transplante, Adriele ainda passou por complicações. Ela ficou 14 dias intubada com sedação e depois ainda desenvolveu tuberculose.
“Graças da Deus depois de tudo isso foi só vitória e alegria. Hoje estou aqui com toda saúde do mundo. Com muita alegria e gratidão ao coração pela família que disse sim e me permitiu renascer”
- Adriele Bueno Souza Silva, auxiliar de escritório
Providência e Honpar realizam ações no Setembro Verde
Os dois maiores hospitais da região realizam palestras de conscientização sobre a importância da doação de órgãos. No Honpar, em Arapongas, a abertura da campanha “Setembro Verde” ocorreu no dia primeiro e o evento segue até o dia 27 com palestras. Em Apucarana, o Hospital da Providência promove o 2º Encontro da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgão e Tecidos para Transplantes marcado para o dia 27 de setembro, no Cine Teatro Fênix. As inscrições podem ser feitas no site hospitaldaprovidencia.org.br. Serão cinco palestras no evento que será aberto aos profissionais de saúde e membros da comunidade em geral. Também será fornecido certificação a estudantes universitários que participarem do encontro.
Número de captações cai, mas recusa também é menor
Conforme dados apurados junto aos hospitais, neste ano foram registradas 16 captações, 12 no Hospital da Providência em Apucarana e 4 no Hospital Norte do Paraná, em Arapongas. O número é 11% menor do que os procedimentos realizados no mesmo período do ano passado, quando 18 captações foram realizadas, sendo 12 no Providência e 6 no Honpar. Em todo 2021, foram realizadas 24 captações de órgãos.
Em contrapartida, o índice de recusa caiu 50% no Providência. Neste ano duas recusas foram registradas entre janeiro a agosto contra quatro do mesmo período do ano passado. Em todo 2021 foram sete recusas no total.
Já o Honpar mantém a taxa de 100% de conversão em doações desde 2021, ou seja, nenhuma recusa. Os dois hospitais são as instituições de saúde com maior taxa de conversão em doação de toda a Macrorregião Norte.
As duas instituições de saúde também são as que mais recebem doações de globo ocular. Neste ano, o Hospital da Providência recebeu 48 doações nesse mesmo período e o Honpar 42.
Por, Cindy Santos
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