O senador e ex-governador Alvaro Dias (Podemos), depois de muitos anos, está retomando uma agenda de visitas ao interior do Estado em sua campanha para a reeleição ao Senado Federal. Ameaçado na cena política pelo ex-aliado, Sérgio Moro, pré-candidato ao Senado pelo União Brasil, Alvaro Dias aposta na manutenção da aliança no estado, com o governador Ratinho Junior, que trabalhou pela eleição dois senadores em 2018, Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, ambos pelo Podemos. Veja o vídeo abaixo.
O senador esteve nesta sexta-feira (08) em Apucarana, no Norte do Paraná, por onde retomou a agenda de visitas ao interior. Ele esteve participando da reunião da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi) – com 26 cidades – e, ainda nesta sexta-feira, o senador seguiria para Jandaia do Sul e Mandaguari.
Perguntado se ele conta com o apoio do governador Ratinho Junior, Alvaro Dias brinca e diz que deveriam perguntar se a aliança estabelecida em 2018 seria rompida ou não. Para ele, a aliança elegeu os dois senadores na ocasião e a tendência que seja mantida agora em 2022, quando uma única vaga ao Senado está em disputa e ele tenta a reeleição. “Essa aliança, até agora, não foi rompida. E apoiamos o governo do Estado ao longo desses anos”, raciocina.
Mas Alvaro Dias também admite a possibilidade que a aliança não seja mantida. O presidente Jair Bolsonaro, já manifestou publicamente a preferência por outro candidato ao Senado no Paraná, e conta com o apoio do governador Ratinho Junior, seu aliado. “Quem vai decidir se a aliança será rompida ou não serão os partidos, nas convenções. Mas é provável que seja mantida. Nossa expectativa é que permaneçamos unidos em favor do Paraná”, comenta.
Ele diz que é fato a indicação de um outro nome por parte do presidente da República e diz que, por hora, ainda não passa de uma especulação. “As circunstâncias podem determinar uma mudança de rumo”, afirma o senador. Por isso, explica, até as convenções, prefere tratar o assunto com cautela “para não avançar o sinal”. “O martelo será batido nas convenções”, repete.
CAMPANHA
Embora não fale abertamente, Álvaro Dias deixa escapar uma certa mágoa com o ex-juiz Sérgio Moro, que deve oficializar candidatura ao senado na próxima semana, pelo União Brasil, depois de sair do partido de Álvaro, o Podemos.
“Não posso falar sobre esse assunto (Moro)”, diz o senador. “Estamos proibidos pela legislação e sou respeitador das leis”, explica, tangenciando o assunto. “E é muito bom não falar sobre esse assunto”, afirma.
“A população acompanha o trabalho de todos e será soberana no momento de escolher”, afirma o senador. Sobre as pesquisas, inclusive algumas que teriam dado Moro à sua frente, Álvaro Dias afirma que há muita sujeira na política e que o que vale “é o sentimento popular”, Para ele, o cidadão “aprende com o tempo, conhece melhor os políticos e, na hora certa, saberá separar o joio do trigo”.
E arremata que “a política é chão minado, de incompreensões, de ingratidões de traições, que machucam”. Perguntado se sentia traído no caso de Sérgio Moro, Álvaro Dias ri e desconversa. “Eu não sinto nada. Estou feliz”, afirma, para falar que há cinco anos vem trabalhando na construção de uma “ferramenta política de mudanças”, referindo-se ao partido, o Podemos.
Indiretamente, Álvaro responde as críticas de que ele não abriria mão da candidatura ao Senado. “Temos um projeto de partido alternativo, um partido que quer ser diferente. Dentro do partido, abriria mão de tudo. Mas fora do projeto, não há compromisso de renúncia de nossa parte”, referindo-se ao tempo em que apoio Sérgio Moro dentro do Podemos, quando chegou a afirmar, inclusive, que se fracassasse a candidatura à presidência com Moro, ele, Álvaro, abrir mão de sua candidatura ao Senado em favor do ex-juiz. Veja:
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