A jovem apucaranense Victória Mariane da Silva dos Reis, tem apenas 19 anos e desde criança luta contra uma doença que faz perder os pelos do corpo e com o preconceito das pessoas.
Victória foi diagnosticada como alopecia areata aos 7 anos, a doença provocou a queda de cabelo deixando várias falhas no couro cabeludo.
"Em 2007 eu estava na pré-escola, quando minha mãe estava arrumando meu cabelo, e notou um pequeno círculo calvo. Daquele dia em diante, em pouco tempo, fui perdendo uma grande quantidade de fios, formando vários círculos sem cabelo na minha cabeça", relembra.
Victória disse que precisou de muito apoio da família, dos amigos e do suporte de psicólogos para vencer seus próprios medos. "Recebo muitos olhares na rua e muitas pessoas me julgam, muitas acham que eu tenho câncer, muitas comentam sobre minha calvície", observa.
A jovem ainda disse que por causa da doença, algumas pessoas se afastaram dela e de sua mãe Rosangela. “O preconceito não foi só na escola, ele existe na rua e é constante. Quando meu cabelo começou a cair, eu estava no pré e lembro que sempre tinha "risadinhas" por conta da falta de cabelo. Eu fiz ballet por 10 anos e me lembro de uma vez que estava tendo ensaio para a apresentação de final de ano, e eu estava no palco e tinha algumas meninas na plateia do cine teatro, minha mãe também estava lá, eu vi de longe que elas estavam rindo de mim, depois minha mãe me contou que ouviu as meninas falando e rindo de mim. E ela falou para as meninas que era minha mãe, e explicou o que eu tinha, aí elas ficaram sem graça”, lamenta.
Victória espera que seu relato ajude outras pessoas que enfrentam o mesmo problema. Ela acredita que informação, apoio e suporte especializado são fundamentais para quem descobre a alopecia. "Não sei se um dia vou conseguir me curar dessa doença, mas espero que sim. E reforço que é muito importante fazer o tratamento com a medicação de forma regrada e o acompanhamento com profissionais de saúde. E para aqueles que encontram um paciente com alopecia o mais importante é empatia, com menos julgamentos", finaliza.
Alopecia Areata
Segundo a dermatologista Camila Orathes, a causa da alopecia areata é desconhecida, mas sabe-se que há uma predisposição genética a ela, ou seja, o indivíduo já nasce predisposto à doença.
A dermatologista ainda explica que a alopecia areata é considerada uma doença autoimune. "O folículo piloso é atacado, porém, não é destruído. Ele passa a produzir um fio defeituoso ou fica em repouso, mas, a qualquer momento, o pelo pode voltar a crescer normalmente. As pessoas costumam perceber a alopecia areata como uma repentina perda acentuada de pelos, resultando em uma ou mais falhas circulares de pele lisa e sem pelos. Além disso, acredita-se que fatores externos sejam capazes de desencadear esta alopecia na pessoa geneticamente predisposto. Possíveis gatilhos seriam o estresse emocional, traumas físicos, vírus, bactérias, entre outros", explica
A alopecia areata, provoca perda de cabelos, e pode acometer homens e mulheres de qualquer idade, pode afetar, além do couro cabeludo, os cílios, sobrancelhas, barba ou qualquer outra área do corpo que possua pelos. Porém, apenas algumas pessoas perde todos os pelos do couro cabeludo (alopecia total) ou todos os pelos do corpo (alopecia universal).
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