A produtora rural Odete da Luz de Paula Silva, de Apucarana, foi vencedora do Prêmio Orgulho da Terra 2023, na categoria agricultura orgânica. A apucaranense recebeu o prêmio nesta quinta-feira (30/12), em cerimônia realizada em Curitiba. Odete mantém uma propriedade junto com a família em São Pedro do Taquara e a principal cultura é o tomate-cereja, cultivado organicamente.
O “Orgulho da Terra”, que é uma iniciativa do Grupo Ric em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PR) e Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Sistema Ocepar), premiou 20 produtores rurais e técnicos agrícolas que se destacaram em 2023 em virtude de práticas inovadoras.
O prefeito Junior da Femac lembra que a produtora foi levada para a produção orgânica a partir da Rede de Economia Solidária, da qual ela participava. “A prefeitura apóia a agricultura familiar de Apucarana e temos trabalhado muito a questão dos orgânicos. Além de incentivar as feiras do produtor no Espaço das Feiras, também criamos a lei em que o Município adquire e paga 30% a mais pelos produtos orgânicos que enriquecem a merenda escolar”, pontua Junior da Femac.
Eliana Rocha, coordenadora das feiras, lembra que em 2018 Odete participava da Rede de Economia Solidária. “Ela também vendia suas hortaliças, que eram produzidas convencionalmente, na Feira do Adriano Correia. Ela comentou que estava disposta a se mudar para o Mato Grosso e, então, fizemos uma visita à propriedade junto com a Rafaela (Cristina Bernardo), que é assistente social do IDR, que sugeriu o cultivo orgânico”, recorda Eliana Rocha.
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A partir de então, seguindo as orientações do engenheiro-agrônomo Felipe Machado de Freitas, do IDR, a produtora apostou no cultivo orgânico do tomate-cereja. “Lá atrás eles estavam com dificuldade na atividade, pensando até em desistir. Com o apoio que receberam, a família conseguiu reverter esse cenário e está gerando renda com a produção de hortaliças, tendo como carro-chefe o tomatinho orgânico”, ressalta Paulo Eduardo Sipoli Pereira, gerente regional do IDR.
A produtora conta que estava prestes a vender a propriedade de 1,5 alqueire e hoje, além de gerar renda para ela e o marido, garantiu a permanência dos filhos na agricultura. “Hoje, somos eu, meu marido, meu filho solteiro e meus dois filhos casados, além das noras”, relata Odete.
Nos tempos do cultivo convencional, continua Odete, com muita dificuldade a renda chegava a R$ 10 mil por período. “Hoje, somente de tomate-cereja temos nove estufas. Cada estufa produz, dentro de 3 meses, 340 caixas de tomate, sendo que cada caixa pesa 20 quilos”, cita Odete, que estima neste período uma produção de cerca de 61 toneladas e uma renda de mais de R$ 200 mil. “Vendemos a produção na Feira do Produtor, quitandas, Ceasa e mercados”, completa a produtora, que também fornece hortaliças para programas do Município.
Além do aspecto financeiro, Odete também destaca os ganhos em saúde e a satisfação em produzir um alimento saudável. “Meu marido e meu filho passavam mal quando passavam produtos químicos e, agora com o cultivo orgânico, vivemos uma outra realidade. Vendemos o produto com segurança, pois sabemos como foi cultivado. Receber esse prêmio foi emocionante e algo muito gratificante”, conclui a produtora.
Além da categoria agricultura orgânica, o “Orgulho da Terra” também entregou prêmios nas categorias aves, feijão, bovinocultura de leite grande, bovinocultura de leite, piscicultura, agroindústria, café, bovinocultura de corte, inclusão social, mulheres no agro, criação de bicho-da-seda, soja e milho, sucessão, tecnologia, turismo rural, erva-mate, feijão grande, piscicultura grande e suíno.
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