A polícia civil de Apucarana prendeu ontem (24), em flagrante, dois fiscais que exigiram propina do Posto Catedral, no centro da cidade, para não multar o estabelecimento por uma suposta irregularidade. De acordo com o delegado Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, os homens, de 52 e 28 anos, trabalham para uma empresa terceirizada que atende ao Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro).
Câmeras de segurança do posto registraram toda a ação. Os fiscais foram autuados pelo crime de corrupção passiva e permanecem presos em Apucarana. “No momento em que a propina foi exigida, o proprietário do estabelecimento acionou a polícia e nós aconselhamos que o pagamento fosse feito com notas marcadas para que pudéssemos fazer o flagrante. Foi paga então a quantia de 500 reais, e assim que os fiscais saíram do posto, nossa equipe os localizou em um restaurante e realizou a prisão em flagrante”, explicou o delegado.
De acordo com Rodrigo Ducatti, gerente do posto Catedral, o trabalho de fiscalização acontece duas vezes por ano. “Esses fiscais não são de Apucarana. Eles vêm de regionais e percorrem diversos municípios fazendo a fiscalização. Com certeza não fui o primeiro com que eles fizeram isso, por isso denunciei, para eles aprenderem e não ficarem impunes”, disse.
Ducatti conta que os fiscais foram atendidos por uma funcionária do posto. Durante a fiscalização de rotina, eles apontaram uma suposta irregularidade na vazão do combustível, e anunciaram uma multa de 15 mil reais. “Depois de anunciar a multa, eles pediram uma ‘ajuda’ de mil reais para não aplicar a infração. Minha funcionária me ligou e informou o que estava acontecendo. Eu autorizei o pagamento de 500 reais e acionei a polícia. Toda a ação foi filmada pelas câmeras de segurança do posto. A polícia veio rapidamente, viu as imagens e entendeu que se tratava de extorsão, por isso, levou os dois fiscais para a delegacia”, explica.
Ainda de acordo com o proprietário do posto, a suposta irregularidade de vazão de combustível não foi confirmada. “É importante dizer que não havia nenhuma irregularidade nas bombas”, afirmou.
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