Voos rasantes da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira (FAB), marcaram a inauguração do Lago Jaboti, em Apucarana, em 30 de janeiro de 1983. Os aviões Neiva T-25 se aproximaram por volta das 15 horas, vindos da base de Pirassununga (SP). O público vibrou com a apresentação, que durou poucos minutos, pois densas nuvens prejudicaram o espetáculo. A obra foi entregue em um domingo, no penúltimo dia de mandato do então prefeito Voldimir Mirão Maistrovicz – ele passaria o cargo ao novo prefeito Carlos Scarpelini na terça-feira seguinte.
Trinta e seis anos depois, o Lago Jaboti transformou-se no principal cartão-postal de Apucarana. No entanto, sua construção foi uma ousadia para a época. A obra entra no rol das grandes barragens. Os números são, realmente, impressionantes. O lago foi construído em uma área total de 230,8 mil metros quadrados. Apenas a represa tem 150 mil m², com 700 metros de comprimento. A largura média é de 200 metros e o volume de água chega a 757 mil m³. A barragem tem 23 metros de altura, com comprimento de crista de 273 metros.
Na época, a obra custou 300 milhões de cruzeiros com recursos do programa Cura II, do Banco Nacional de Habitação (BNH). O ex-prefeito Voldimir Mirão Maistrovicz não esconde o orgulho dessa obra. Ele lembra que o programa Cura II tinha como objetivo urbanizar toda aquela região acima da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (Acea), que sofria com a erosão. O projeto de urbanização foi comandado pelo então secretário de Obras, o engenheiro Wanderlei Roberto de Mello, um jovem de 25 anos na época, com apoio do engenheiro Vicente Alexandrino de Souza Loiola, natural do Ceará. A questão financeira e administrativa tinha à frente o então secretário de Administração, Antonio Vieira Filho. Já o projeto da barragem foi desenhado pelo então projetista Edson Denobi, hoje funcionário de carreira da Sanepar.
Mirão lembra que a erosão fazia parte do cenário daquela região de Apucarana no final dos anos 70 e início dos anos 80, e a solução desse problema representava um grande desafio para a administração municipal. Conhecido pelos moradores como “buracão da Vila Brasil”, o local onde hoje fica o Lago Jaboti era conhecido pela lama. “Quando chovia nos bailes e festas da Acea, as pessoas chegavam a abandonar os carros, tamanha a lama que ficava naquela região da cidade”, comenta Mirão.
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