Uma campanha encabeçada pela direção do Colégio Estadual Polivalente, de Apucarana, pretende arrecadar R$ 19 mil para comprar um aparelho com o objetivo de ajudar uma aluna deficiente visual em seus estudos. Maria Gabriela Tebaldi, de 12 anos, ainda não domina totalmente a linguagem braille, por isso, tem algumas dificuldades durante as aulas. A campanha visa comprar o OrCam, um dispositivo que conta com tecnologia para transformar textos em áudio e ajuda pessoas cegas e parcialmente cegas a viver com um alto grau de independência.
"Acredito que o OrCam vai me ajudar muito durante as aulas. Por enquanto, eu só escuto e gravo tudo na memória. Antes usava um gravador para ajudar", comenta Maria Gabriela.Para reforçar a aprendizagem em sala de aula, Maria conta com o auxílio da mãe que repassa todo o conteúdo oralmente em casa. "Ela é uma menina muito inteligente, mas precisa desse aparelho para ter mais autonomia na escola. O OrCam faz leitura de livros, jornais, descreve as cores e até a fisionomia das pessoas", comenta a mãe dela, Maria de Lurdes da Silva Tebaldi.Ela conta que a filha nasceu aos seis meses de gestação. E devido à prematuridade, acabou tendo um descolamento da retina por conta do excesso de oxigênio ao nascer. "Eram duas meninas gêmeas. A outra filha também era deficiente e faleceu há três anos por insuficiência respiratória", comenta.
Maria de Lurdes ressalta que a família não tem condições de comprar o aparelho por meios próprios. Ela é dona de casa e o marido trabalha como ajudante de caminhoneiro. "Agradeço as pessoas que estão aderindo à campanha e espero que em breve a Maria esteja usando o OrCam", diz.As doações podem ser depositadas em nome de Maria de Lurdes da Silva Tebaldi, CPF 71447075900, Banco do Brasil - agência 0355-7, conta poupança 87.063-3, variação 51. Mais informações sobre a campanha para ajudar Maria Gabriela podem ser obtidas com Rejane Alves, pelo número (43) - 99904-6485.
REDE ESTADUAL
A rede estadual de Apucarana atende aproximadamente 680 alunos com algum tipo de deficiência, segundo dados do Núcleo Regional de Educação (NRE). Atualmente, são 34 salas de recursos tipo 1, que atendem estudantes com deficiência intelectual, transtorno global do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos como dislexia, discalculia e deficiência neuromotora. Além disso, a rede estadual do município também oferece uma sala de recursos multifuncionais na área da surdez e outra na área de deficiência visual.De acordo com a técnica pedagógica da educação especial do NRE, Silvana Delli Colli Morales, é essencial que os alunos com algum tipo de deficiência recebam este acompanhamento o mais cedo possível.
"Desde a descoberta da deficiência é interessante que a família já procure a sala de recursos. Lá o professor faz a estimulação essencial com esse aluno desde pequeno para que ele se desenvolva", destaca.A técnica também explica que as salas de aula do ensino regular que tem algum aluno deficiente não possuem professores de apoio porque não existe legislação que garanta ou embase este tipo de atendimento.
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