A apucaranense Rode Janaína Nunes, de 29 anos, afirma que teve um pedido de atendimento negado por um médico plantonista do Samu, na madrugada desta segunda. Ela gravou a ligação em que pede uma ambulância para transportar pai dela, José Nunes, de 77 anos, que se recupera de uma cirurgia.
Por telefone, a coordenação do Samu Apucarana afirmou que vai avaliar a situação e se necessário tomar as medidas cabíveis em relação a conduta do profissional. Contudo, a coordenação também se pronunciará a respeito do protocolo que rege o serviço de atendimento que abrange todo o Vale do Ivaí, o que corresponde a mais de 328 mil vidas.
Entenda o caso
Segundo Rode Janaína Nunes, seu pai sofre com um problema na próstata que se estende já há três anos. José chegou a ser operado, mas as dores nunca cessaram. Há um mês ele passou por uma nova cirurgia, desta vez de hemorroida. Janaína conta que desde então o pai está acamado, com fortes dores, sendo mantido à base de remédios.
No domingo (28) Janaína disse que solicitou uma ambulância municipal que encaminhou o idoso até à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No local, Nunes foi medicado e por volta da meia-noite recebeu alta.
Já em casa, Janaína comenta que o pai voltou a sentir dores após efeito dos medicamentos. Ela tentou solicitar um novo atendimento do serviço municipal mas como ambulância estava transportando pacientes para quimioterapia, ela foi orientada a acionar o Samu.
Janaína foi comunicada pela atendente do Samu que não havia ambulâncias disponíveis. Ao questionar a funcionária, a mesma disse que iria passar a situação ao médico responsável mas adiantou que a resposta dele seria mesma. “Foi quando resolvi gravar a ligação, porque não é possível que não haja ambulâncias para atender uma cidade do porte de Apucarana e ainda mais na madrugada”.
Na gravação, Janaína pede uma ambulância para levar seu pai novamente até à UPA. O médico então pergunta se ela não tem como levá-lo por conta própria e ela diz que não. A mulher esclarece que o pai está se recuperando de uma cirurgia e que sozinha não consegue carregá-lo para colocar no carro. Neste momento, o médico responde que o Samu “não serve para fazer serviço de transporte”.
Indignada, ela comenta ser uma sacanagem tal situação e pergunta caso fosse com o pai dele. O médico então responde que o pai dele “não merece nem ser atendido pelo Samu”, e a ligação é encerrada.
Janaína levou a denúncia até à 17ª Subdivisão Policial (SDP) e afirma que o próximo passo será apresentar o boletim de ocorrência à ouvidoria da Autarquia Municipal de Saúde.
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