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Crise dos combustíveis reforça bike como alternativa de mobilidade urbana

Com a falta de combustíveis decorrente da greve dos caminhoneiros, as bicicletas apareceram mais pelas ruas. O jeito foi pedalar para não perder os compromissos e continuar trabalhando normalmente. Ao invés de ficar se lamentado pela falta de gasolina, o

Da Redação

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Na última semana, por causa da falta de combustível, o empresário araponguense Bruno Binati resolveu ir trabalhar de bicicleta (arquivo pesssoal)
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Na última semana, por causa da falta de combustível, o empresário araponguense Bruno Binati resolveu ir trabalhar de bicicleta (arquivo pesssoal)
Escrito por Da Redação
Publicado em 04.06.2018, 13:10:00 Editado em 04.06.2018, 13:15:27
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Com a falta de combustíveis decorrente da greve dos caminhoneiros, as bicicletas apareceram mais pelas ruas. O jeito foi pedalar para não perder os compromissos e continuar trabalhando normalmente. Ao invés de ficar se lamentado pela falta de gasolina, o costureiro Cleverson Passoni, 28 anos, partiu para o trabalho de bike. Ele já pedala há cerca de dois anos nos finais de semana, mas agora se sente animado para usar a bicicleta como meio de transporte pelo menos alguns dias da semana.  

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O trajeto da casa para o trabalho de Cleverson é de 4 km, ou seja, ele vai pedalar 8 km diariamente. “Quero intercalar moto e bicicleta alguns dias da semana. Desta forma, economizo, contribuo com o meio ambiente e ainda pratico um dos meus esportes prediletos, o ciclismo”, ressalta. 
Na última semana, por causa da falta de combustível, o empresário araponguense Bruno Binati, 37, que mora atualmente em Londrina, resolveu ir trabalhar de bicicleta. “Sempre pedalei, mas só com esporte e lazer. Mas com essa situação, resolvi ir de bike trabalhar e foi uma excelente surpresa”, conta o empresário que é esportista de final de semana. De casa para o trabalho, Bruno conta que soma cerca de 9 km ida e volta. “Foi bem legal essa descoberta. Eu pedalo grandes distâncias, como 200 km em terra, e nunca tinha me atentado para bike como solução de mobilidade urbana”, acrescenta. 
Diferente de Cleverson e Bruno, a bicicleta faz parte da rotina da assistente de vendas e professora de inglês Carina Nogueira, 25, de Apucarana, muito antes da greve dos caminhoneiros. Ela pedala de casa para o trabalho já faz cerca de cinco anos. “Não é por causa do que está acontecendo agora no país. Sempre fui a favor da bicicleta para economizar dinheiro e gastar calorias. O único problema é quando chove”, conta. 
Carina comprou a primeira bicicleta quando começou o primeiro estágio e nunca mais desgrudou da “magrela”. “Moro no na Barra Funda, que fica no meio do caminho das duas empresas em que trabalho. Pedalando dá uns 10 minutos de distância da minha casa para cada um dos dois endereços. No começo sofri um pouco com as ruas estreitas e morros de Apucarana, mas agora já me acostumei e ficou fácil. Nunca me machuquei”, revela. 

Crise dos combustíveis reforça bike como alternativa de mobilidade urbana
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A bicicleta é o meio de transporte do mecânico Henrique de Oliveira Santos, 30, há um ano e meio. Ele mora no Jardim Catuaí e trabalha na Avenida Minas Gerais, em Apucarana. São 5,5 quilômetros, percorridos quatro vezes por dia, já que Henrique almoça em casa. “São mais de 20 quilômetros por dia”, assinala Henrique.
Ele conta que sempre foi sedentário e decidiu aderir à bike após ver um grupo de ciclistas andando na BR-369, no Distrito de Aricanduva. “Nunca mais parei. A bicicleta só traz benefícios. Faz bem à saúde, reduz os gastos com carro ou moto, melhora o próprio trânsito e também ajuda a criar novos laços de amizade”, cita.
Henrique, no entanto, afirma que Apucarana carece de melhor estrutura e também de maior cordialidade com os ciclistas. “Não há ciclovias e ciclofaixas na cidade. Além disso, os motoristas xingam e não respeitam os ciclistas. Cada dia tem um susto diferente”, diz o mecânico, que deixa o carro em casa para uso da esposa ou em caso de emergência.

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Crise dos combustíveis reforça bike como alternativa de mobilidade urbana
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Oficial de justiça, Paulo Roberto da Fonseca, 44, trabalha na Justiça Federal na região da Praça do Redondo e sempre que pode vai de bicicleta. “Não precisei abastecer o carro até agora”, brinca, em referência à greve dos caminhoneiros. Vindo de Maringá, ele afirma que Apucarana precisa mudar sua cultura em relação ao uso da bicicleta como meio de transporte. Além da falta de ciclovias ou ciclofaixas, ele reclama da carência de bicicletários no centro. “A gente tem muita dificuldade para deixar a bicicleta na área central. Acho que até o próprio comércio poderia pensar nisso, porque é um público (ciclistas) que está crescendo”, argumenta Paulo, que mora na Rua Munhoz da Rocha, no centro. (COLABOROU FERNANDO KLEIN)

Projeto de ciclovias ‘na gaveta’
Atualmente, Apucarana não tem nenhuma ciclovia ou ciclofaixa integrada ao trânsito como forma de incentivo ao uso da bicicleta. Segundo Carlos Mendes, superintendente de Trânsito e Transporte de Apucarana, em 2015 uma das diretrizes discutidas no Plano de Mobilidade Urbano, tinha exatamente como objetivo criar ciclovias. 
No entanto, ele admite que a ideia acabou ficando na ‘gaveta’ devido à falta de estrutura das ruas da cidade. “Não temos muita estrutura para o ciclismo. Nossas ruas são estreitas e bem complicadas para o uso da bicicleta. Quem anda mais de bicicleta são os ciclistas esportistas”, ressalta. 
Carlos afirma que a Prefeitura não descarta a possibilidade de retomar o plano e viabilizar o projeto. “Para conseguirmos viabilizar as ciclofaixas e ciclovias seria interessante conversar também com alguns ciclistas para que eles nos ajudem a criar uma ciclovia com o acesso ideal. Vale pensar”, ressalta. 

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