Alunos e professores da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Apucarana, fizeram um ato em defesa do ensino da língua espanhola nas escolas públicas.
Segundo a coordenadora do curso de Letras/Espanhol, Amabile Piacentini Drogui, a manifestação intitulada #FicaEspanhol é um ato de defesa ao ensino do idioma, por conta da alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação por meio da Lei Federal 13.415/2017, promovida pela reforma do ensino médio.
"Nós tivemos um avanço em 2005 e agora esse retrocesso, com a lei 13.415/2017 que revogou essa oferta obrigatória e tirou o direito das escolas de escolherem o idioma que querem estudar", informa.
A professora defende que a escolha do idioma ensinado nas escolas deveria ocorrer de acordo com o interesse da comunidade. "Atualmente, com a nova lei, é obrigatória a oferta de um único idioma, no caso o inglês. O espanhol pode vir em segunda instância, se houver espaço na grade, mas a comunidade não será consultada. Isso, de alguma forma, afronta a democracia e o direito de escolher e analisar o que é melhor para a comunidade", analisa.
Amabile ressalta que o movimento #FicaEspanhol não se opõe ao ensino da língua inglesa. " Pelo contrário. A nossa defesa é que o aluno tenha direito de estudar outros idiomas. Porque com essa medida acontece uma exclusão social. O aluno que não puder pagar uma escola de idiomas não vai mais ter o direito de estudar espanhol. E nós defendemos porque sabemos a importância desse idioma", enfatiza.
Mobilização
O ato, realizado na noite de terça-feira (16) no auditório José Berton, reuniu dezenas de universitários. Os estudantes e professores do curso de Letras Espanhol receberam apoio de alunos e docentes de outros ofertados pela Unespar Apucarana.
"Todas as universidades que têm os curso de Letras Espanhol também estão se mobilizando para defender o ensino do idioma, afinal, são sete países que fazem fronteira com Brasil além dos outros vizinhos que falam espanhol. É o segundo idioma mais falado no mundo dos negócios, e tem uma riquíssima literatura. Não queremos que nossos alunos percam essa oportunidade de acesso a esse idioma", conclui a coordenadora, adiantando que outras ações serão promovidas em defesa da causa.
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