A Polícia Civil apresentou um homem de 52 anos e uma mulher de 35 anos, suspeitos de envolvimento em um estupro de vulnerável, na tarde desta terça-feira (8), em Apucarana. A violência sexual foi praticada contra uma menina de 12 anos, dentro de um ônibus escolar em julho do ano passado, conforme informações divulgadas pela polícia durante coletiva de imprensa.
Foram presos o motorista e a monitora que cuidava dos alunos no coletivo. Os dois trabalhavam para uma empresa terceirizada contratada pela prefeitura.
O caso começou a ser investigado ano passado, após a Secretaria Municipal de Educação receber uma denúncia de que o motorista teria tentando beijar a menina. A polícia foi comunicada sobre o comportamento suspeito do casal, que foi afastado das funções. Naquela época, a menina não teve coragem de contar o que realmente havia ocorrido, pois teria sofrido ameaças.
Em fevereiro deste ano, o homem retornou para o trabalho na mesma linha de ônibus. De acordo com a polícia, a vítima entrou em pânico quando reencontrou o suspeito ao entrar no coletivo e não quis mais frequentar a escola. O comportamento chamou a atenção dos pais que, após várias conversas, descobriram que na realidade ela havia sido estuprada.
"Inicialmente a polícia foi informada sobre tentativas de beijos e abraços por parte do motorista, e alguma participação por parte da outra acusada. Quando retornaram as aulas e a menina percebeu que ele tinha retornado ao serviço, ela se recusou a entrar no ônibus. Aí sim a família procurou a delegacia e contou que a menina havia sido estuprada pelo motorista com a participação da outra acusada", disse o delegado-chefe da 17º Subdivisão Policial, José Aparecido Jacovós.
O delegado disse que a menina foi ouvida por diversas vezes. Ela informou que, no total, foram duas tentativas em apenas uma semana, até que o motorista conseguiu consumar o estupro com a ajuda da monitora, que teria segurado a vítima. O crime ocorreu em trecho da área rural do município.
"A vítima foi ouvida várias vezes para ver se a versão dela não apresentava indícios de que o fato não era real. A partir do momento que constatamos 100% que não era um fato inventado, solicitamos a prisão dos suspeitos", disse Jacovós.
Desvio da rota
A delegada Luana Lopes, da Delegacia da Mulher, informou ainda que no dia do estupro o motorista desviou a rota. A monitora ainda teria distraído a vítima com um vídeo. Por este motivo, os celulares dos suspeitos serão periciados.
“A vítima detalhou que no dia do crime não teve aula em dois colégios, e por isso, ela foi a primeira aluna a entrar no ônibus. A menina contou em depoimento que ficou sozinha com o motorista e com a supervisora. Aluna disse ainda que enquanto a supervisora a distraia mostrando um vídeo de uma jovem que morreu após ser estuprada, o motorista seguiu com o ônibus para um lugar que ela desconhecia. O estupro ocorreu nesse local”, explicou a delegada.
Luana considera o caso muito grave por ter ocorrido dentro do transporte escolar e informou ainda que há indícios de que existe um caso extraconjugal entre os dois suspeitos.
"É um fato bem grave, inclusive que choca e causa revolta exatamente porque você acredita que seu filho está dentro de um ônibus, numa linha escolar, isso jamais aconteceria porque ele estaria em segurança. Por isso tivemos bastante cuidado antes de executar a prisão, porque a polícia acreditou que isso nunca poderia acontecer", disse.
Empresa terceirizada
Os suspeitos trabalhavam para uma empresa terceirizada que está registrada no nome do filho do suspeito. A prefeitura se manifestou sobre o caso por meio de nota. Leia o texto na íntegra.
"Autarquia Municipal de Educação de Apucarana esclarece que suspendeu o contrato com a empresa Diego Henrique da Cunha Transportes ME por desobediência o à ordem de afastar o motorista e a monitora envolvidos em investigação de estupro. Um processo administrativo foi instalado.
Desde que o caso da menor, aluna da Rede Municipal, foi trazido à Autarquia, todas as medidas legalmente cabíveis foram tomadas. De imediato os fatos foram levados ao conhecimento do Conselho Tutelar e da Delegacia. Também de imediato foi determinado pela Autarquia Municipal de Educação o afastamento do motorista e da monitora contratados pela empresa Diego da Cunha Transportes ME".
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