A agricultura é uma das maiores riquezas de Apucarana desde a sua fundação. Durante muitos anos, o café dominou os campos da cidade e movimentou a economia local. Hoje, o município também empresta a sua vocação agrícola a outras culturas, como a soja, o milho e o trigo. Mas nada movimenta tantas cifras na zona rural quanto a avicultura, que lidera o ranking de Valor Bruto de Produção (VBP).
O VBP é a soma de toda a riqueza gerada no campo em um ano. Apucarana atingiu o valor recorde do VBP em 2016 de R$ 302,3 milhões. A maior fatia deste total é a avicultura de corte, que gerou em 2016 a quantia de R$ 139 milhões, ou 46% do total. Foram comercializadas 14,4 milhões de toneladas de frangos através dos aviários da cidade. O frango de corte ocupa hoje o posto que durante muitos anos foi do café, sendo a cultura agrícola que mais movimenta dinheiro em Apucarana.
Com dois aviários totalizando 44 mil frangos, Antônio Sérgio Danas é um dos produtores de frango de corte em Apucarana. Ele iniciou as atividades há cerca de 10 anos e afirma que a avicultura tem importantes vantagens. “Para pequenas propriedades, é excelente. É uma boa renda a cada 60 dias, o que não se consegue com a lavoura, por exemplo”, destaca.
O ciclo do frango é bem menor do que de outras culturas. Cada lote é finalizado entre 45 e 60 dias, o que otimiza renda do produtor. O trabalho do avicultor é realizar os investimentos necessários para a construção e manutenção do aviário, que ocupa pouco espaço na propriedade, além de cuidar dos animais.
Com a tecnologia, os aviários estão evoluindo a cada dia. O espaço é climatizado, com sistema de refrigeração e aquecimento, automatizado e monitorado por computador.
Apesar de estar com preços um pouco abaixo de outras épocas, Antônio acredita na avicultura. “O frango de corte é forte em Apucarana por conta da localização privilegiada da cidade e também do trabalho duro de quem é daqui. Acredito que nossa cidade, depois de anos sendo uma das capitais do café, é hoje uma das principais produtoras de frango de corte do estado”, destaca.
SOJA
Depois do frango, o que mais rende dividendos no município é a soja, gerando R$ 63,4 milhões no ano de 2016, o que corresponde a 21% do VBP. De acordo com a Seab, foram produzidas 55,5 mil toneladas no ano em questão. A área plantada foi de 21 mil hectares.
José Humberto Pelogia é um dos principais produtores de soja do município. A família iniciou o cultivo em 1977 e, após terem visto a cultura atingir altos e baixos, aproveita o bom momento atual. “O diferencial da soja é que, atualmente, a cultura é bastante mecanizada. Hoje não se faz nada sem que haja grandes equipamentos”, afirma.
O agricultor conta hoje com uma área de 250 alqueires para plantio. “A soja é uma cultura importante porque gera muitas riquezas para o município. É uma cultura fundamental para a economia não apenas local, mas também a nível nacional”, destaca.
CAFÉ
O café, no passado a principal atividade econômica do município, hoje está na terceira posição do VBP, com R$ 19,7 milhões gerados. A área de plantio das mudas é hoje de 1,8 mil hectares e produziu, em 2016, o equivalente a 2,7 mil toneladas e 7% do VBP.
Com 70 mil pés de café plantados em sua propriedade, Aléssio de Almeida Gorla explica que o café ainda se mantém como importante força agrícola do município. “Quem continua plantando é quem gosta mesmo do café. É difícil encontrar mão-de-obra e os preços estão um pouco baixos, mas ainda assim é uma das nossas identidades locais”.
“O café hoje se mantém nas pequenas propriedades, que buscam ainda diversificar a produção. Atualmente, os cafeicultores estão animados com a colheita deste ano. Estamos vendo o café ganhar cada vez mais força atualmente, apesar das dificuldades”, ressalta.
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