As redes sociais abriram caminho para um humor tipicamente apucaranense, que ri sobre o clima da cidade, seus hábitos – como dar uma volta no Jaboti, ficar na fila do sorvete na Avenida Curitiba e reclamar do vento na esquina da Karlo’s Calçados – e até sobre o que cidade não tem a oferecer. Os meninos do Apucarana Mil Grau, por exemplo, começaram as publicações em agosto de 2016 após uma brincadeira. Hoje, contam com mais de 19 mil seguidores no Facebook.
O publicitário apucaranense Thiago Galbiati, 20 anos, conta que a página surgiu de uma ideia na faculdade com mais 2 amigos. “Eles brincavam de fazer uma página de memes políticos da cidade e eu sugeri, brincando, de fazer algo focado em Apucarana. Achamos que era uma boa ideia, no mesmo dia, criei, e fiz duas publicações, não esperávamos nem que chegasse a 100 pessoas”.
Porém, a página passou a atingir um grande número de pessoas e as publicações tiveram que se tornar mais respeitosas e amigáveis, perdendo um pouco do humor mais ácido do início das postagens. “Temos uma equipe de 4 pessoas, totalmente ativa e que faz parte da empresa e também existem outras pessoas que acabam colaborando, mesmo sem fins profissionais”, comenta.
Thiago diz que a maioria das ideias são publicadas por ele, mas boa parte das criações vem de Eduardo Gomes, que também faz parte do grupo. “Como ficamos muito na internet, e principalmente na parte de humor, conseguimos fazer ligações e releituras do que já vimos, só que sobre a nossa cidade. A maior parte das publicações é sugerida pelos seguidores, além de participarmos de um grupo com todos administradores de páginas semelhantes do Brasil, que nos passam outros esquemas”.
Em dezembro, o pessoal do Apucarana Mil Grau lançou um “jornal” com um compilado de memes, piadas, puzzles sobre o Natal, que foi distribuído gratuitamente por toda a cidade, principalmente nos transportes coletivos. “A ideia é além de um incentivo à leitura, que torne o caminho para a casa ou para o trabalho mais divertido”.
Outra página de humor que vem se destacando é a Apucarana da Zueira. O conteúdo foi criado pelo designer gráfico Júlio César Gonçalves, 39, que começou as postagens em novembro de 2016. “Sempre gostei de humor e já fazia alguns memes sobre a cidade em 2012 e 2013, mas não tinha a fanpage. Eu apenas postava no meu Facebook”.
Júlio conta que se lembra do primeiro meme que criou com o tema Câmara Municipal. “Teve um acontecimento na Câmara, quando os vereadores votaram a favor de alguma ‘coisa’ que agora não me lembro, mas que deixou os apucaranenses revoltados. Aí, me veio a ideia de fazer um avião caindo sobre o local e tudo pegando fogo, com a legenda: sonho do apucaranense”.
Na época, ele recorda que a publicação gerou quase 800 compartilhamentos em um dia. Atualmente, a página Apucarana da Zoeira tem mais de 14 mil seguidores e o designer continua sozinho na criação de memes. “Às vezes, pego uma ideia no próprio Facebook e faço uma colocação para encaixar no perfil da cidade”.
SUCESSOS DO PASSADO E NOSTALGIA EM PÁGINAS HISTÓRICAS
A Apucarana na rede não vive só de humor, mas também de história e nostalgia. Com mais de 7 mil curtidas, a página informativa do Facebook “Apucarana Antiga” foi criada em novembro de 2015 para quem gosta de postar ou ver fotos históricas da Cidade Alta. Quem tiver imagens antigas pode colaborar com o espaço que resgata fotos de diversos lugares de Apucarana, como Catedral Nossa Senhora de Lourdes, prédio do Banco do Brasil, Praça Rui Barbosa, entre outros pontos da cidade.
O grupo público no Facebook “Apucarana Memória e Fotos Atuais” tem o mesmo intuito do “Apucarana Antiga”. O grupo tem mais de três mil membros apaixonados e curiosos pela história de Apucarana, cujo passatempo é postar e também comentar fotos históricas da cidade.
O funcionário público aposentado José Aparecido da Silva, 57, é um dos apaixonados por fotos antigas e sempre posta nos grupos do Facebook, “Apucarana Memória e fotos Atuais” e “Apucarana - Amigos anos 70 e 80”. “Comecei a me interessar por fotos antigas desde que vi nos anos 70 um livro chamado Jubileu de Prata, que contava a história de Apucarana desde 1944 a 1969”.
Grande parte do acervo de Silva foi encontrando em pesquisas no Google, na página do IBGE. Outra parte foi cedida por Carlos Blanski e Lídia Blanski Longo, filhos do primeiro fotógrafo de Apucarana, Casemiro Blanski.
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