Ler para uma criança estimular a imaginação aguça a curiosidade, ajuda no desenvolvimento da linguagem e é uma forma de compartilhar ideias e emoções. Esse hábito típico da hora de dormir está sendo levado para as crianças abrigadas no Lar Sagrada Família, em Apucarana. A leitura diária é feita com ajuda de voluntários.
O projeto social Historinhas no Lar começou em maio deste ano com 19 moradores - hoje o abrigo conta apenas com 6 crianças - e dura de 15 a 30 minutos diariamente. A atividade passou a integrar a rotina das crianças.
O contador Rogério Forner, 41 anos, é um dos voluntários do abrigo e conta que o projeto surgiu devido ao hábito de fazer o Evangelho no Lar, uma atividade dos participantes do grupo espírita Mensageiros da Paz. “Esse hábito tem por objetivo a união familiar, a oração em família, um momento de convivência entre os membros, harmonização e equilíbrio do ambiente familiar, além do estudo do Evangelho em família, com a consequente melhoria da convivência familiar”.
A atividade foi adaptada às crianças através da contação de histórias de livros com conteúdo moral. Ele destaca ainda que a leitura abre oportunidade do contador levar através da história infantil o carinho e o afeto, ensinando respeito e disciplina. “Somos em 23 voluntários nessa atividade e nos dividimos em duplas, que contam histórias a cada 15 dias. Cada dupla tem um dia fixo”, destaca.
Rogério conta que um dos diferenciais é que a maior parte dos participantes, inclusive as cuidadoras do Lar, já fez um curso com um professor da Escola de Desenvolvimento Humano Casa do Caminho (Edhucca) sobre contação de histórias para auxiliar na atividade.
A esteticista Daiara Jesus de Souza, 26, é voluntária do Edhucca há 10 anos, iniciou a atividade de contadora há cerca de 4 meses, que a entidade assumiu a nova diretoria do Lar Sagrada Família.
“A contação de história foi uma ideia genial. O pessoal abraçou a causa desde o início e todos se esforçam muito. Está sendo importante para as crianças. Elas esperam por nós todos os dias e é muito gratificante”, comenta.
Outra contadora é a professora Cristiane Rossati, 47, que também trabalha voluntariamente na Edhucca há 10 anos.
“Estou no Lar desde que a Edhucca assumiu o projeto e amo o que faço. Espero meu dia de contar histórias com muita alegria. Participo desse projeto com o intuito de levar aos pequenos momentos de prazer, de amor, de aventuras. Esse mundo da leitura é mágico e através dele podemos trabalhar com muitas coisas, como medo, rejeição, indiferença, de uma forma leve e plena”, comenta.
PSICOLOGIA
Para o psicólogo do Lar Sagrada Família, Maurício Aranda, o projeto complementou na vivência das crianças. “Acompanho a eficácia do projeto e tem sido positivo na parte de ajudar as crianças a enfrentarem seus problemas diários, como angústia e sofrimento. Além disso, acredito que ajuda na parte moral e a entender o que é certo e errado”, destaca.
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