O horário de verão começa neste domingo. À zero hora, os moradores do Paraná e de mais 10 estados devem adiantar o relógio em uma hora. A mudança foi instituída pela primeira vez em 1931, mas sem regularidade, com o objetivo de economizar energia no Brasil em função do maior aproveitamento do período de luz solar. Desde 1985, o novo horário foi aplicado todos os anos. Mesmo em vigência há mais de três décadas, a medida ainda divide opiniões, tanto que o governo federal estudou a possibilidade de rever a sua adoção. Há os que esperam ansiosamente pelo “novo horário” e os que detestam declaradamente a mudança.
A auxiliar de secretaria Carolina Oliveira de Moraes, 21, de Apucarana, por exemplo, faz parte do time que defende a continuação do horário de verão e acredita que a medida ajuda a trazer mais qualidade de vida. “Eu gosto porque quando vai anoitecendo o dia fica mais longo. Tem um período depois do trabalho para aproveitar o dia ainda”, comenta.
O taxista de Apucarana, Dirceu Gonçalves de Lima, 66, por outro lado, integra o grupo de quem acredita que a melhor coisa a se fazer é extinguir a mudança dos ponteiros. “Eu não gosto e para tudo é péssimo. É péssimo para trabalhar, não vai gastar menos energia e esse é um meio de ganhar dinheiro em cima dos trabalhadores. Quando o organismo começa a acostumar com o novo horário, os ponteiros voltam ao normal”, resume o taxista.
O taxista se refere a um estudo do Ministério de Minas e Energia, que indica que o programa perdeu a efetividade em termos de economia de energia. A análise mostrou que a intensidade de consumo de energia elétrica estava mais ligada à temperatura do que ao horário, com picos nas horas mais quentes do dia.
NO CORPO
Se o horário não altera tanto o consumo de energia, as consequências da mudança dos ponteiros no organismo vão além de um simples mal-estar ou dificuldades para dormir.
Segundo o endocrinologista de Apucarana José Cervantes Loli, as pessoas que sofrem de insônia, diabetes e predisposição para alterações hormonais e metabólicas devem ficar mais atentas. “A glândula pineal, que produz melatonina, o hormônio do sono, é regida pela luz solar, já começa bagunçando o sono, causando alterações também no humor, muito cansaço, principalmente na primeira semana”, destaca.
Outro hormônio que sofre alterações, segundo Cervantes, é o GH, produzido no início do sono e responsável nas crianças pelo crescimento e nos adultos serve para diminuir massa gordurosa e aumentar massa magra, além de combater a osteoporose.
O médico explica que o hormônio leptina, que controla a saciedade, também diminui com a alterações de horário e acaba aumentando a vontade de ingerir alimentos mais calóricos e aumentando também o risco da obesidade. “O que a gente indica é ir se adaptando uma semana antes da mudança de horário para que o organismo não sinta os efeitos bruscamente”.
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