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Há 40 anos, Apucarana conquistava o Paranaense

O Apucarana Atlético Clube (AAC), que foi o terceiro time de futebol profissional da cidade, vai completar 40 anos do título do Campeonato Paranaense da Primeira Divisão (hoje chamado de Segundona) nesta segunda-feira. Fundado em dezembro de 1975, o AAC e

Da Redação

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Há 40 anos, Apucarana conquistava o Paranaense
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Há 40 anos, Apucarana conquistava o Paranaense
Escrito por Da Redação
Publicado em 17.09.2017, 08:12:00 Editado em 17.09.2017, 19:31:22
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O Apucarana Atlético Clube (AAC), que foi o terceiro time de futebol profissional da cidade, vai completar 40 anos do título do Campeonato Paranaense da Primeira Divisão (hoje chamado de Segundona) nesta segunda-feira. Fundado em dezembro de 1975, o AAC em 1977 conseguiu o acesso para o futebol de elite do Estado. Na época o clube era presidido pelo cerealista Valdomiro Françolin, tendo o deputado estadual José Domingos Scarpelini como vice-presidente. O também cerealista Barnabé Pugezzi era o diretor de futebol e Sebastião Moreira, o Vitamina, atuava como supervisor.

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Na campanha que deu o acesso para a Divisão Especial em 1978 (hoje chamada de Primeira Divisão), o AAC realizou 20 jogos, obtendo 11 vitórias, seis empates e sofrendo três derrotas, as três no primeiro turno do Grupo Norte.

Os jogadores Luiz Cláudio e Marcos, com cinco gols cada, foram os principais artilheiros da equipe na competição.

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O campeonato daquele ano foi disputado em quatro turnos, sendo dois pelo Grupo Norte e dois pelo hexagonal final. Dos quatro turnos, o Dragão do Norte, como era chamado por seu torcedor, venceu três: o segundo do grupo Norte e os dois pelo hexagonal. A única equipe que não perdeu para o Apucarana naquele certame foi o Mandaguari, com dois empates sem gols. Já os demais clubes sentiram a força do Tricolor da Cidade Alta.

A equipe iniciou o campeonato com o técnico Iran Bitencourt e os remanescentes de 1976, Orladinho, Neguito, Dias, Ademar Scarpelini, Fio e Cabrera. Se juntaram a eles Marcos, Luiz Cláudio e Silva, que vieram do futebol carioca, mais Canhoto, Mineiro, Mirão, Jorge Mendonça, Luiz Antônio, Marquinhos e Nikinho.

Nas quatro primeiras rodadas do Grupo Norte, um empate (Mandaguari), duas derrotas (Arapongas e Agroceres) e uma vitória (Comercial). O time estava jogando mal e Iran não aguentou a pressão caindo antes da quinta rodada do Grupo Norte. Foi aí que a diretoria contratou o ex-árbitro Vander Moreira para comandar o time. Na estreia, na última rodada do primeiro turno, derrota por 3 a 0 para o Jandaia. Mas aos poucos Vander foi moldando o time e com as contratações do goleiro Carlão, do Pinheiros; dos zagueiros Nilton, do Coritiba, e Pescuma, ex-Corinthians e Fluminense; e do atacante Baianinho, a equipe embalou e venceu o segundo turno do Grupo Norte, avançando assim para o hexagonal, voltando a enfrentar Jandaia e Agroceres e agora encarando União, de Francisco Beltrão, Tabu, de Clevelândia, e Palmeiras, de Pato Branco.

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No hexagonal a campanha do Dragão foi maravilhosa, vencendo os dois turnos, com sete vitórias e três empates. O time marcou 12 gols e levou apenas um. O título veio no dia 18 de setembro de 1977, mas o acesso para o futebol de elite do Estado havia sido conquistado antes, mas precisamente no dia 14 de agosto, quando o Apucarana venceu o Tabu, em Clevelândia, por 1 a 0, com gol de Marquinhos. Ocorre que no regulamento daquele campeonato o campeão de cada turno do hexagonal final teria o acesso garantido. Sendo assim o Apucarana garantiu a vaga para a Divisão Especial de 1978 com cinco rodadas de antecedência.

Mesmo com a classificação obtida, o time manteve o foco, não esmoreceu e faturou o returno, fechando o campeonato ganhando por 3 a 0 do Tabu no Estádio Paulo Pimentel em Apucarana, com dois gols de Marcos e um de Baianinho. A segunda vaga para a Divisão Especial ficou com o Palmeiras, de Pato Branco. O título de 1977 foi o primeiro de um time profissional de Apucarana. O AAC ainda foi campeão da Segundona de 1984, por duas vezes conquistou o Torneiro da Norte do Paranaense em 1979 e 1993, foi campeão do Torneio da Soja em 1985, faturou o Grupo Norte da Primeira Divisão em 1991 e foi vice-campeão do Torneio Início do Estadual em 1987, ano que o clube revelou o meia Milton, que chegou a jogar pela Seleção Brasileira.

Zagueiro Nilton veio do Coritiba para ser campeão

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Vindo por empréstimo do Coritiba, por indicação do técnico Vander Moreira, Nilton Lecheta, que formou uma das melhores duplas de zaga do futebol profissional da cidade atuando ao lado de Pescuma, diz que o título estadual de 77 nunca se apagará da sua memória. Revelado pelo Atlético-PR no final dos anos 60, Nilton estreou no AAC pela terceira rodada do returno do Grupo Norte, quando o Dragão bateu o Agroceres por 1 a 0, no Estádio Paulo Pimentel (hoje Olímpio Barreto). “Tive um sucesso muito grande no Apucarana. Fiz 13 jogos na equipe até o final do campeonato e em muitos deles fui escolhido como o melhor jogador em campo. Pelo clube fui campeão invicto, conseguindo então o primeiro título importante para o futebol profissional da cidade. Isso me deixa feliz e cito essa conquista para os meus filhos até hoje”, destaca o zagueiro, tecnicamente muito bom.

Nilton, que hoje trabalha no comércio e reside em São José dos Pinhais, afirmou que o elenco era muito bem entrosado. “Todo mundo gostava de todo mundo, não tinha rivalidade e nem vaidade dentro do grupo. Nosso time era uma coletividade, o treinador muito bom e o ambiente era ótimo. Nós não jogávamos por dinheiro e sim pelo prazer de jogar, a gente se divertia jogando futebol”, resalta Nilton.

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Ele destaca que Apucarana está no seu coração. “Eu tenho muito carinho por Apucarana, pelo povo da cidade, nunca esquecendo de citar o apoio incondicional da torcida, muito particularmente para mim, sempre gritando o meu nome na arquibancada. Aquilo realmente me arrepiava. Eu gostava do que fazia e jogava num clube que era muito organizado, me sentia feliz.

Em treze jogos disputados, formando dupla com Pescuma, o Apucarana sofreu apenas um gol. Foi na vitória por 3 a 1, em casa, sobre o Agroceres pela quarta rodada do primeiro turno do hexagonal final. Sem ele na zaga, o Dragão havia sofrido oito gols.

Conquista foi uma revolução esportiva na cidade, diz Neguito

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Remanescente do Estadual de 1976, quando o AAC fez uma campanha razoável, o lateral e zagueiro Luiz Alberto Mateus, o Neguito, lembra com muita saudade do título conquistado na Primeira Divisão em 1977. Vindo de Cambará, onde iniciou a carreira no Matsubara, Neguito disse que o Apucarana foi o seu primeiro clube profissional.

Trazido pelo supervisor Sebastião Moreira, o Vitamina, ele disputou a Primeira Divisão em 1976 pelo AAC, mas a equipe não conseguiu subir para a Divisão Especial. Naquele ano o campeão foi o Centenário, que tinha o apelido de Galo Bravo.

Um ano depois o atleta renovou contrato e aí sim foi campeão pelo Dragão do Norte. “Houve uma revolução na área esportiva da cidade com a nossa conquista em 1977. Com jogadores bem posicionados, um grupo composto e com o objetivo de vencer o campeonato de qualquer maneira, conseguimos levantar a taça. Os jogadores eram excelentes e comprometidos, a parte diretiva muito competente e o Vander Moreira (técnico) nos fortaleceu muito durante a competição. Somando tudo isso veio o título”, frisa Neguito, titular absoluto na maioria das partidas.

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Com uma linda história no AAC ele também foi campeão do Torneio da Morte do Paranaense em 1979 e da Segundona do Estadual em 1984. Além do Apucarana jogou ainda pelo Mandaguari, Colorado (Curitiba) e pelo São Bento, de Sorocaba. Hoje, reside em Ourinhos-SP e quase todos os anos visita familiares em Apucarana.

Radialista estreia com o pé direito em 1977

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O radialista Nelson Capelari, da Rádio Água Viva FM, que apresenta diariamente o programa Panorama Esportivo, completou em 2017 quarenta anos trabalhando na imprensa apucaranense. Em 1977 na conquista do título do Apucarana Atlético Clube (AAC) ele estreava como repórter na Rádio Difusora, formando a equipe esportiva ao lado de Hélio Schicchitano, Dionísio Moisés, Alcides de Souza, Ciro Domingues, Hegeto Filho, Luiz de Lima e Tercílio Pinto.

“Na época foi a única emissora que transmitiu a campanha vitoriosa. Estreei com o pé direito no rádio, pois o Apucarana foi o campeão. Daquela época o que tenho muito vivo na minha memória foi a chegada da delegação a Apucarana após a vitória por 1 a 0 sobre o Tabu, em Clevelândia, jogo que deu o acesso para a Divisão Especial. O jogo foi num domingo, saindo de Clevelândia e pernoitando em Ponta Grossa. A chegada a Apucarana aconteceu na segunda-feira no início da noite. A cidade parou. A festa foi enorme, com carreata, foguetório e muitos gritos de campeão. Os jogadores, comissão técnica e diretores desfilaram pelas principais ruas da cidade. Dois torcedores com uma grande bandeira do clube percorreram a avenida Curitiba, saindo da antiga Paranamotor e chegando até a Praça Rui Barbosa. Foi um dia de muita euforia, inesquecível”, finaliza Capelari.

Os dois torcedores citados são José Carlos Balan, que por vários anos trabalhou em rádios e jornais da cidade, é advogado e atualmente coordena o Procon local, e Galeano Morceli, que anos depois se tornou diretor do clube.

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Com muitos anos de estrada, Capelari trabalhou ainda na Rádio Cultura e Tevê Tibagi como apresentador e narrador, e por alguns anos foi assessor de imprensa na Prefeitura de Apucarana. Também como narrador transmitiu muitas partidas do Roma Esporte Apucarana, a partir de 2001.

Clubes participantes na Primeira Divisão em 1977

Grupo Norte: Apucarana, Arapongas, Agroceres (Santo Antônio da Platina), Comercial (Terra Roxa), Jandaia e Mandaguari

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Grupo Sul: Internacional (Pato Branco), Medianeirense (Medianeira), Palmeiras (Pato Branco), Tabu (Clevelândia), Toledo e União (Francisco Beltrão)

Ficha técnica

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Jogo do acesso

Tabu 0 x 1 Apucarana

Cidade: Clevelândia

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Estádio: Max Stalchimidt

Data: 14 de agosto de 1977

Árbitro: Orlando Saboto

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Auxiliares: Benedito Amorim e José Gois

Renda: Cr$ 17.850,00

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Marcador: Marquinhos

TABU: Jaime; Kiko, Pedro, Euclides e Oradi; Paulo, Agenor (Canhão) e Zico (Bilo); Milton, Paulo Pereira e Pelezinho.

APUCARANA: Carlão; Dias, Pescuma, Nilton e Neguito; Ademar Scarpelini, Jorge Mendonça (Luiz Cláudio) e Fio; Niquinho, Marcos e Cabrera.

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Campanha no campeonato

Grupo Norte

Primeiro turno

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24 de abril   Apucarana   0x0 Mandaguari

1de maio      Arapongas    2x1 Apucarana

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8 de maio     Agroceres     2x0 Apucarana

15 de maio   Apucarana   4x0 Comercial (T. Roxa)

22 de maio   Jandaia  3x0 Apucarana

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Segundo Turno

5 de junho   Mandaguari  0x0 Apucarana

12 de junho Apucarana   4x1 Arapongas

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18 de junho Apucarana   1x0 Agroceres

25 de junho Comercial    0x0 Apucarana

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3 de julho    Apucarana   1X0       Jandaia

Hexagonal final

Primeiro turno

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17 de julho  União    0x1 Apucarana

24 de julho  Apucarana   0x0 Palmeiras

31 de julho  Jandaia  0x0 Apucarana

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7 de agosto  Apucarana   3x1 Agroceres

14 de agosto Tabu     0x1 Apucarana

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Segundo turno

21 de agosto Apucarana   2x0 União

28 de agosto Palmeiras     0x1 Apucarana

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4 de setembro     Apucarana   0x0 Jandaia

11 de setembro   Agroceres     0x1 Apucarana

18 de setembro   Apucarana   3x0Tabu

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Artilheiros da equipe no campeonato

Luiz Cláudio: 5 gols

Marcos: 5 gols

Cabrera: 4 gols

Baianinho: 4 gols

Luiz Antônio: 2 gols

Niquinho: 1 gol

Marquinhos: 1 gol

Fio: 1 gol

Total de jogos: 20 jogos

Vitórias: 11

Empates: 6

Derrotas: 3

Elenco campeão

Goleiros: Carlão, Orlandinho e Sérgio

Laterais: Dias*, Canhoto*, Mineiro, Neguito e Marino*

Zagueiros: Mirão, Nilton, Pescuma*, Jorge Mendonça, Tostão, Olavo e Parada

Meio-campistas: Ademar Scarpelini, Luiz Antônio, Fio, Marcos, Willian e João Maria

Atacantes: Baianinho, Luiz Cláudio, Cabrera, Marquinhos, Niquinho, Silva e Guará

Presidente: Valdomiro Françolin

Vice-presidente: José Domingos Scarpelini

Diretor: Barnabé Pugezzi

Supervisor: Sebastião Moreira

Técnico: Vander Moreira*

*Já falecidos

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