A Páscoa é o dia mais importante no calendário cristão. A data marca a ressurreição de Jesus Cristo e é celebrada por todo o mundo como símbolo de vida, renovação e renascimento. No entanto, de acordo com dom Celso Antônio Marchiori, bispo da Diocese de Apucarana, a Páscoa toma um significado único de acordo com a realidade de cada época.
A Páscoa começou a ser celebrada entre os judeus. O termo hebraico usado por eles para definir a data, ‘Peshah’, significa “passagem”. A festa celebrava o fim do inverno frio e o início da primavera no hemisfério norte, tempo de fertilidade na agricultura. Ao longo do tempo, a Páscoa recebeu um novo significado: a fuga dos judeus da escravidão do Egito, atravessando o Mar Vermelho liderados por Moisés, como descrito no Antigo Testamento.
“Jesus Cristo transformou essa festa judaica em sua passagem da morte para a vida. O significado de ‘passagem’, lá do início da celebração da Páscoa, se mantém. A passagem da morte para a vida e a passagem de Deus por nossas vidas”, afirma dom Celso.Segundo ele, a Páscoa toma ainda um novo significado, à luz da sociedade moderna.
“Hoje em dia, a Páscoa pode ser interpretada como um símbolo do chamado de Deus para que também façamos uma passagem: desta vida cheia de turbulências, pressões de todo o tipo, desumana e sem dignidade, para uma vida nova, com liberdade para todos, alegria, dignidade. Uma vida realmente vivida plenamente em Deus”.
O significado da Páscoa depende da realidade vivida pela humanidade. “Vivemos em um mundo onde impera uma força muito grande do capitalismo sobre nós, que leva ao consumismo, nos fazendo perder tanto os valores humanos quanto os cristãos. Portanto, a Páscoa se torna um grito profético contra tudo isso: mentiras, injustiça, corrupção, principalmente por aqueles que deveriam ser os nossos representantes, nossos servidores”, diz dom Celso, referindo-se aos desdobramentos da Operação Lava Jato.
“A Páscoa acontece não apenas quando uma pessoa faz o bem para seus familiares ou ajuda alguém que passa por necessidades. Ela também acontece quando o empresário que levam a sério a sua empresa, que cultivam a humanidade com seus funcionários, são justos com eles e também com relação ao poder público, sem propinas ou vantagens indevidas. A Páscoa deve ser um exercício diário”, ressalta o bispo.O bispo criticou ainda a Reforma da Previdência, discutida atualmente em Brasília.
“O governo tem a obrigação de cuidar do povo. Por que então querem fazer o povo pagar por tudo isso, sem mexer nos seus altos salários, inúmeros benefícios e gordas aposentadorias? O povo já vive com o mínimo para viver e querem tirar ainda mais. A reforma poderia ser em relação às grandes empresas, os bancos e os Três Poderes”.Segundo ele, um dos locais onde a intolerância e a falta de empatia da sociedade se mostram com mais força atualmente é a internet, através das redes sociais. “Algumas pessoas estão se distanciando de Jesus. Mas a maioria ainda não teve a oportunidade de contato com o evangelho. E onde não há Cristo, impera as forças destruidoras”.
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