Alunos reocuparam na manhã desta quinta-feira (03) o Colégio Estadual do Campo Coronel Luiz José dos Santos, no Distrito de Pirapó, em Apucarana. Os estudantes decidiram tomar a unidade novamente alegando que o Governo do Estado não atendeu as reivindicações após a primeira ocupação. "O Governo não consultou ninguém para implantar a Medida Provisória. Não queremos parar no meio da caminhada", disse um dos integrantes do movimento.
O Núcleo Regional de Educação (NRE) informou que entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), para obter orientações de como proceder. Segundo o NRE, a patrulha escolar foi encaminhada ao local para acompanhar a reocupação.
O Movimento Ocupa Paraná ganhou força chegando a tomar mais de 800 colégios em todo o Estado. As ocupações começaram no dia 3 de outubro sendo que, no dia 28 do mesmo mês, o grupo chegou a contabilizar 850 escolas, 14 universidades e 3 núcleos tomados. Os estudantes protestam conta a Medida Provisória que promove alterações no ensino médio e contra a PEC 241, aprovada em 25 de outubro no plenário da Câmara dos Deputados, que delimita um teto para os gastos públicos, inclusive na educação. O texto ainda será apreciado no Senado.
Liminar
Há exatamente uma semana, a 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Apucarana expediu uma liminar estabelecendo a reintegração de posse dos colégios estaduais do município que continuavam ocupados por alunos. A Justiça deu prazo de 24 horas para que os dez colégios que permaneciam posse dos estudantes fossem liberados. Os estudantes deixaram os prédios públicos de maneira pacífica.
Reocupação
O Movimento Ocupa Paraná divulgou nota em sua página no Facebook na tarde de terça-feira (1) orientando a reocupação das escolas no Estado. O argumento para a decisão é a “falta de diálogo” com o governo, que, segundo os alunos, teria cortado o fornecimento de energia elétrica e água no Núcleo Regional de Educação (NRE), no bairro São Francisco, em Curitiba.
A situação na sede do NRE na Capital do Paraná ficou tensa. Policiais militares foram para o local e impediram que mais manifestantes entrassem no prédio para levar água e comida aos que ocupavam o espaço. Alguns manifestantes discutiram com os policiais militares.
Enem
Por causa das ocupações, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi adiado em algumas escolas. Na quarta-feira (2), o Ministério Público Federal (MPF), no Ceará, protocolou pedido de suspensão do exame em todo o Brasil alegando que há prejuízo à isonomia, uma vez que seriam aplicadas provas e temas de redação diferentes para aqueles que forem fazer a prova apenas em dezembro.
A prova está marcada para os dias 3 e 4 de dezembro nas localidades. Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que já solicitou à Advocacia-Geral da União (AGU) a apresentação de defesa para o pedido do MPF. Para a entidade, há um “grave equívoco” na argumentação do procurador da República autor do pedido.
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