Tradição no currículo escolar por décadas, as fanfarras há tempos não desfrutam do mesmo prestígio nos colégios estaduais de Apucarana. Porém, o que estava prestes a se tornar uma vaga lembrança, tem ressurgido com força entre os alunos. Dos dezoito estabelecimentos estaduais de ensino na cidade, nove ofertam a modalidade. As aulas fazem parte do projeto de musicalização do Mais Educação, que é desenvolvido pelo governo estadual.Entre as unidades que estão apostando na modalidade está o Colégio Estadual Carlos Massareto. Há dois anos o projeto foi implantado no estabelecimento de ensino.
“Quando começou o programa, recebemos instrumentos de percussão. Depois recebemos instrumentos de cordas, como cavaquinho, violão e viola. As aulas têm por objetivo aproveitar todos os recursos disponíveis na escola”, explica o professor de Artes, Antônio Carlos da Silva, responsável pelas oficinas de música.
E entre as possibilidades musicais, surgiu o desejo de compor uma fanfarra, em especial, para apresentar em datas especiais, como a Independência do Brasil. “A nossa oficina usa todos os instrumentos disponíveis na escola e na Semana da Pátria, usamos os instrumentos de percussão para fazer este tipo de apresentação”, diz.
Ao todo são 60 alunos que participam do projeto. “Além da parte instrumental, também ensaiamos as coreografias das balizas. São 15 meninas que fazem movimentos aeróbicos e de ginástica”, comenta. E para complementar as apresentações, os professores do colégio fazem questão de investir no figurino, que é emprestado especialmente para o Desfile de Sete de Setembro.A apresentação é feita em parceria com os alunos da Apae, de Apucarana.
O motivo é que ainda faltam alguns instrumentos para a fanfarra ficar completa. “Como os instrumentos são de percussão, então, fazemos a rítmica”, explica. As oficinais acontecem duas vezes por semana no contraturno escolar.Outro colégio que investido em fanfarras é o Izidoro Luiz Cerávolo, que retomou o projeto da fanfarra no ano passado. “Não são todos os colégios, mas a maioria está retomando suas fanfarras”, avalia o professor Matheus da Silva Fernandes.
Entre as razões, o professor atribuiu a adesão dos alunos. “Fanfarra é puro ritmo e os alunos gostam de participar das oficinas e das apresentações”, sublinha.
Ele observa que desde o ano passado, os projetos de fanfarras começaram a tomar forma. Uma amostra da atividade desenvolvida poderá ser conferida durante o desfile cívico. Além de enriquecer o evento, Fernandes comenta que a maior contribuição está na disciplina. “Ajuda a melhorar a atenção, porque trabalha muito a memória, para gravar os ritmos. Eles mudam completamente dentro de sala de aula”, diz.
No Cerávolo, 15 alunos participam das oficinas duas vezes por semana. Um deles é Gabriely dos Santos Mendes, 11 anos, que aprendeu a tocar caixa. É justamente o som do instrumento que a cativa. O colega David William, 14, também ficou encantando com a sonoridade dos instrumentos. Além disso, ele garante que a memória ficou ainda mais afiada. A opinião dos estudantes é semelhante aos integrantes da fanfarra do Colégio Carlos Massareto. As colegas Tamara Letícia dos Santos, 13, e Steyci Larissa luiz, 13, avaliam que é muito divertido.
“Antes eu não gostava, mas esse ano, quando passei a fazer os ensaios, acabei gostando”, revela.Ela toca caixa e garante que consegue focar nos estudos com mais facilidade. “Acho muito legal”, comenta a Tamara, que também toca caixa. Já Gabriel Faustino Rodrigues, 12, que também tem a caixa como instrumento predileto, confessa que o ritmo foi o que chamou sua atenção. “É muito animado”, diz.
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